Assessora de desembargador é exonerada por fraudar cartão de crédito de juíza
Servidora nega ter feito compras e afirma que o celular dela foi hackeado por golpistas
Por Gazeta do Paraná

Uma assessora de desembargador do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) foi exonerada no dia 10 de julho da função. A polícia investiga se ela usou indevidamente o cartão de crédito da juíza Cintia Latteriello, crime registrado na 3ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande e que corre em investigação, sob sigilo.
A reportagem apurou que os fatos foram comunicados a polícia recentemente. A juíza descobriu que o cartão de crédito dela estava sendo usado indevidamente, ligado a conta da, até então, servidora. O Campo Grande News procurou com a juíza, que confirmou a investigação, mas se limitou a repassar outras informações.
Inicialmente, a magistrada procurou um delegado que atende no próprio prédio do TJ e, depois, a delegacia para registrar o fato. A servidora foi chamada para prestar esclarecimentos no órgão. Dias depois, a exoneração foi publicada no Diário da Justiça de Mato Grosso do Sul. Até o momento não foi possível ter acesso ao valor do prejuízo e em que tipo de compra o cartão foi utilizado.
A reportagem também procurou a servidora em questão, que não terá o nome divulgado, já que o caso ainda está em investigação. Ela afirmou acreditar que a fraude aconteceu quando clicou em um link enviado por e-mail, no celular, e nega ser autora das compras, segundo ela, feitas apenas na conta do Ifood.
"A juíza descobriu que foram feitas compras com o cartão dela, vinculadas as contas minhas, Ifood e tal. Eu, possivelmente, sem perceber, instalei no meu celular por biometria um negócio de um link falso e também fui vítima de crime virtual", explica.
A servidora conta que só descobriu que teve o celular invadido depois de ser notificada no próprio TJ. "Depois eu fui atrás do meu celular e vi que, de fato, o cartão estava ali. Agora estou tomando providências para poder solucionar essa questão. Eu fui ao departamento pessoal, na sala da Inteligência do Tribunal, prestar esclarecimento".
Segundo ela, as compras feitas pelo celular foram apenas no Ifood. "Compras muito pequenas, nada de valor expressivo. Eu tenho dinheiro para pagar esse tipo de compra pequena, não faz nem sentido. Trabalho lá há anos, várias pessoas podem falar da minha idoneidade", pontua.
A servidora afirma que não teve tempo de explicar para a juíza a situação, de que teve o celular possivelmente hackeado, tendo em vista que não trabalha diretamente com a magistrada e nunca teve acesso a cartões dela. "Obviamente a juíza não sabia de nada disso quando ela registrou o boletim de ocorrência. Jamais houve furto de cartão. As pessoas escutam e vão espalhando, repassando coisas que não correspondem a realidade. Como pegaram esses dados e criaram contas minhas para fazer compras, eu não sei".
A servidora, com mais de uma década de carreira no TJMS, inclusive com homenagens no órgão, afirma que está abalada psicologicamente. "Nunca imaginei uma situação dessa acontecendo. Estou medicada e vou me posicionar e apresentar tudo que tenho no momento oportuno".
A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul e a delegada Priscila Anuda, da 3ª DP de Campo Grande, responderam que o inquérito tramita em sígilo.
As informações são do Campo Grande News
