Volta do pedágio deve pesar no bolso de motoristas do Oeste e Centro-Sul do Paraná
Preço para quem vai de Foz do Iguaçu até Prudentópolis será de R$ 95,70. Ida e volta irá chegar a R$ 191,40
Por Da Redação

A partir deste sábado (28), entra em vigor a cobrança de pedágio nas rodovias do Lote 6 do Paraná, sob responsabilidade da concessionária EPR Iguaçu. O início da operação marca o retorno da cobrança em trechos importantes da BR-277, uma das principais ligações rodoviárias do estado, e deve impactar diretamente o bolso de milhares de motoristas que transitam diariamente pela região Oeste e Centro-Sul do estado.
O trecho mais longo, entre Foz do Iguaçu e Prudentópolis, tem aproximadamente 403 quilômetros e passará a contar com seis praças de pedágio ativas. Para motoristas de automóveis, caminhonetes e furgões, a tarifa total de uma viagem só de ida será de R$ 95,70. O custo dobra no caso de ida e volta, chegando a R$ 191,40, valor que ainda não inclui combustível, alimentação ou eventuais despesas extras.
Os motoristas que partirem de Cascavel também devem preparar o bolso. Quem sair da cidade e seguir até Prudentópolis enfrentará quatro praças de pedágio, desembolsando R$ 63,10 por viagem. No retorno, o valor se repete, totalizando R$ 126,20.
Já quem for de Cascavel até Foz do Iguaçu passará por duas praças e pagará R$ 32,50 no trajeto de ida, com o mesmo valor para a volta, somando R$ 65,00. O valor cobrado nas praças localizadas em Céu Azul (Praça 6) e São Miguel do Iguaçu (Praça 7) é de R$ 15,20 e R$ 17,40, respectivamente.
As tarifas variam conforme o tipo e o porte do veículo. Para automóveis de passeio, os valores em cada praça são os seguintes:
Praça 2 – Prudentópolis: R$ 16,70
Praça 3 – Candói: R$ 16,10
Praça 4 – Laranjeiras do Sul: R$ 15,20
Praça 5 – Cascavel: R$ 15,10
Praça 6 – Céu Azul: R$ 15,20
Praça 7 – São Miguel do Iguaçu: R$ 17,40
Os valores foram definidos pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e pela EPR Iguaçu, após o leilão realizado dentro do novo modelo de concessão de rodovias do governo federal.
Degrau tarifário
Apesar da cobrança começar agora com valores fixos, o contrato de concessão prevê o chamado “Degrau Tarifário”, um acréscimo de 40% nas tarifas nas praças em que houver trechos duplicados entregues. A medida, definida em contrato, visa compensar os investimentos feitos pela concessionária nas obras de melhoria e duplicação, mas pode tornar os custos ainda mais pesados para os usuários.
Esse aumento progressivo será aplicado conforme os trechos forem sendo duplicados ao longo dos anos. Assim, o motorista que já sente o impacto agora pode ter que lidar com tarifas ainda mais altas no futuro próximo.
O valor das tarifas gerou debate desde sua divulgação. A EPR Iguaçu divulgou os números oficialmente no último dia 17 e, desde então, motoristas, transportadores e moradores das regiões atendidas têm expressado preocupações, sobretudo aqueles que dependem do trecho para atividades diárias ou deslocamentos frequentes.
Para caminhoneiros, por exemplo, os custos podem ser ainda mais expressivos. Um caminhão com reboque de quatro eixos pagará, por exemplo, R$ 60,40 na praça de Cascavel. Já um veículo pesado com oito eixos pagará até R$ 139,20 na praça de São Miguel do Iguaçu.
Turismo pode ser afetado
O trecho entre Prudentópolis e Foz do Iguaçu é importante não apenas para o transporte de cargas, mas também para o turismo. A BR-277 é a principal ligação entre o Centro-Sul e os atrativos das Cataratas do Iguaçu. Uma família que decide visitar a região saindo de Prudentópolis, por exemplo, precisará considerar os R$ 95,70 de ida mais os R$ 95,70 da volta, além dos demais custos da viagem.
Para os que viajam em automóveis leves, o gasto total só com pedágios representa um fator considerável no orçamento de lazer, o que pode desestimular parte do fluxo turístico da região.
Três novas praças de pedágio deverão ser instaladas na região Sudoeste do Paraná, nos municípios de Pato Branco, Ampére e Lindoeste. Contudo, como ainda não foram construídas, não entram na cobrança inicial. A previsão é que essas praças comecem a funcionar futuramente, após as obras de estruturação e liberação pelos órgãos reguladores.
A instalação dessas praças ampliará ainda mais a malha pedagiada do estado e poderá gerar novos impactos econômicos na região.
