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Transparência: URBS deixa de publicar extratos de pagamentos aos consórcios

A Urbanização de Curitiba (URBS) - responsável pela gestão da Rede Integrada de Transporte de Curitiba (RIT) - deixou de publicar em maio os extratos

Por Gazeta do Paraná

Transparência: URBS deixa de publicar extratos de pagamentos aos consórcios Créditos: URBS

A Urbanização de Curitiba (URBS) - responsável pela gestão da Rede Integrada de Transporte de Curitiba (RIT) - deixou de publicar em maio os extratos diários de pagamentos realizados às empresas concessionárias do transporte coletivo. Esse era o último documento público que continha os valores da tarifa técnica do transporte, aquela que é paga por passageiro equivalente às concessionárias.

A ausência dos documentos no portal da URBS é mais um golpe na transparência de um sistema que perdeu 13 milhões de viagens por mês desde 2009, quando o serviço foi licitado. A diferença entre a tarifa paga na catraca e a tarifa técnica paga às empresas do transporte é a razão pela qual a RIT é deficitária em quase R$ 200 milhões por ano.

A URBS também havia parado de publicar no Diário Oficial o cálculo mensal da tarifa técnica em dezembro de 2024 e deixado de publicar esse mesmo documento em seu site desde junho de 2024.

Com isso, a URBS tem efetivamente pago às empresas o valor equivalente com base numa tarifa técnica sem que exista um documento oficial validando o cálculo. Além dos valores utilizados no cálculo, a publicação também informa a quilometragem rodada prevista, número de passageiros previsto e eventuais ajustes nos pagamentos realizados em meses anteriores.

Isso porque como o valor da tarifa técnica é calculado antes do mês em que vai ser utilizada, o cálculo é feito com base em previsão de usuários e quilometragem e média de valores de insumos, qualquer ajuste necessário precisa ser informado no cálculo do mês seguinte.

A tarifa técnica é superior ao valor pago pelos usuários na catraca, que é hoje R$ 6,00. O prefeito Eduardo Pimentel (PSD) anunciou na posse, em primeiro de janeiro, que iria manter a tarifa da catraca sem reajuste, além de conceder desconto aos passageiros de 50% aos domingos. O valor pago às empresas, porém, ficou, em média, em R$ 8,1515 por passageiro equivalente desde janeiro até abril.

Passageiro equivalente é o número de passageiros pagantes mais um valor proporcional equivalente aos descontos e gratuidades.

O demonstrativo de pagamento aos consórcios não apenas contém o valor da tarifa técnica vigente, como também aponta o número real de passageiros transportados, o número de gratuidades e descontos concedidos e o valor arrecadado pelas empresas com venda de passagens, inclusive a venda de passagens da Linha Turismo.

A redução na transparência dos pagamentos feitos às concessionárias acontece bem no momento em que a Prefeitura tenta passar às pressas na Câmara de Vereadores uma autorização para contratação de R$ 1 bilhão em empréstimos para compra de ônibus elétricos para a RIT. Os financiamentos irão aumentar significativamente o endividamento do município e comprometer os orçamentos futuros.

Por outro lado, os ônibus elétricos que serão comprados com o dinheiro são mais caros e possuem a mesma capacidade de lotação dos atuais.

As informações são do Plural Jor