Tijolinho: Formighieri alerta Ratinho Júnior para “armadilhas políticas” na base
Alguns aliados políticos estariam utilizando o orçamento de suas pastas para fazer promessas a prefeitos, com o objetivo de obter apoio político eleitoral para pré-candidato
Por Da Redação
Créditos: Casa Militar
O diretor da Gazeta do Paraná, Marcos Formighieri, abordou uma série de temas de grande relevância política e administrativa no novo episódio do Tijolinho no GCast. Durante o programa, o comunicador elogiou decisões recentes do governo estadual, defendeu pautas sociais e cobrou explicações sobre assuntos sensíveis da gestão pública, como a venda da Copel e o novo modelo de pedágio no estado.
Logo no início, Formighieri destacou de forma positiva a decisão do governador Ratinho Júnior de enviar à Assembleia Legislativa um projeto para reduzir a alíquota do IPVA de 3,5% para 1,9%. Segundo ele, a medida atende a uma reivindicação antiga da sociedade paranaense e deve refletir a cobrança adicional imposta pelos novos contratos de pedágio.
Formighieri também parabenizou o deputado Alexandre Curi pela agilidade em discutir e aprovar a proposta. Formighieri observou que a atuação do parlamentar simboliza uma nova postura da Assembleia Legislativa, mais próxima das necessidades da população e menos alinhada a interesses políticos.
“A Assembleia agora vive novos tempos, realmente assume a condição de poder na defesa do interesse da população paranaense, a partir do momento que o deputado Alexandre Curi assumiu a presidência. Cabe também uma homenagem e um agradecimento ao deputado, que fez com que a matéria fosse discutida e votada em regime de urgência”, parabenizou Formighieri.
Defesa das escolas da APAE
Outro ponto destacado no programa foi a defesa das escolas da APAE, que segundo o colunista, enfrentaram ameaças de fechamento a partir de um decreto do governo federal. Formighieri elogiou os deputados Alexandre Curi, Professor Lemos, e as deputadas Flávia Francischini e Mabel Canto pela firmeza com que se posicionaram contra a medida.
O jornalista classificou o decreto como “absurdo” e exaltou a postura do governador Ratinho Júnior, que garantiu publicamente que nenhuma escola da APAE será fechada no Paraná. “É isso que a população do estado espera de você como governador, como dirigente máximo do estado. É inexplicável tentar fechar as escolas da APAE porque um picareta apareceu lá em Brasília e disse que não quer mais”, protestou.
Apesar dos elogios pontuais, Formighieri também reservou espaço para críticas contundentes à falta de transparência na venda de ativos públicos, especialmente da Copel. Embora reconheça o desempenho positivo do governo Ratinho Júnior, o comunicador questionou o mérito de se fazer um bom governo em um estado de economia pujante, impulsionado pelo cooperativismo, agronegócio e indústria forte.
“Governar o Paraná não é difícil. É fácil. E também é fácil quando o tesouro do estado não está endividado, existe recurso para investimentos. Acrescidos é claro, pelos bilhões que deve ter entrado nos cofres públicos com a venda de patrimônio público. Poderia falar da Copel, mas se eu for falar da Copel, vamos entrar no negativismo”, disse Formighieri.
O diretor citou a venda da Copel Telecom, empresa de fibra óptica, negociada por R$ 2,5 bilhões, valor que ele considera inferior ao investimento realizado pela companhia. Formighieri lembrou que o comprador, Nelson Tanure, estaria tentando revender a empresa por um preço mais baixo.
“Agora ele colocou a Copel Telecom a venda por 2,4 bilhões. Pretendendo perder 100 milhões. Explique o porquê Tanure? Porque você quer vender, comprou ano passado. Outra coisa, você precisa aparecer, tem que vir ao Paraná”, questionou o diretor da Gazeta do Paraná.
Ele cobrou que o governador Ratinho Júnior divulgue quanto dinheiro entrou nos cofres do estado com a venda das ações da Copel e como esses recursos estão sendo aplicados.
“Armadilha do pedágio” e alerta eleitoral
Formighieri também fez um alerta direto ao governador sobre o tema dos novos pedágios, chamando o modelo de “armadilha”. Segundo ele, o pedágio é uma questão que pode se transformar em problema político e eleitoral para o governo no próximo ano. Ele questionou o superavit de arrecadação das concessionárias de R$ 400 milhões e que clausulas contratuais tem sido desobecidas pelas concessionárias.
Outro ponto polêmico do programa foi o alerta de Formighieri sobre o que classificou como “armadilhas políticas internas”. O apresentador afirmou que alguns secretários de Estado estariam utilizando o orçamento de suas pastas para fazer promessas a prefeitos, com o objetivo de obter apoio político a um colega que se apresenta como pré-candidato ao governo do estado, supostamente com o apoio de Ratinho Júnior.
Encerrando o episódio, o diretor da Gazeta do Paraná anunciou uma nova iniciativa do jornal: o envio de um questionário aos 399 prefeitos do estado, com o objetivo de realizar um diagnóstico detalhado da administração pública paranaense a partir da visão dos municípios.
