Nesta quarta-feira (9), a Terra vai registrar o dia mais curto de 2025. O planeta completará a rotação em torno do próprio eixo com 1,30 milissegundo a menos que o habitual o equivalente a uma fração mínima de tempo, imperceptível para nós. Para comparação, um piscar de olhos dura cerca de 300 milissegundos.

A variação na duração dos dias não é inédita. Em 2025, dois outros dias também devem ser mais curtos: 22 de julho (1,38 ms a menos) e 5 de agosto (1,51 ms a menos). Apesar do fenômeno, cientistas afirmam que não há motivos para alarme.

Por que isso acontece?

Desde sua formação, a Terra desacelera sua rotação, mas de maneira irregular. Fatores como atividade do núcleo terrestre, movimento dos oceanos e da atmosfera interferem nesse processo, provocando, por vezes, leves acelerações temporárias.

Segundo Fernando Roig, diretor do Observatório Nacional, a Terra já teve dias com apenas cinco horas, bilhões de anos atrás. As recentes mudanças, embora pequenas, são monitoradas com precisão por relógios atômicos desde os anos 1960.

Impacto no tempo e nos relógios

Se essas pequenas variações se acumularem, nossos relógios poderão ficar ligeiramente adiantados ou atrasados. Para corrigir esse descompasso, cientistas usam o “segundo bissexto” que pode ser adicionado ou subtraído da contagem oficial do tempo.

Desde 1973, o IERS (Serviço Internacional de Sistemas de Referência e Rotação da Terra) já adicionou 27 segundos bissextos. No futuro, se os dias continuarem encurtando, um “segundo bissexto negativo” poderá ser usado ou seja, será retirado um segundo dos nossos relógios.