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Super Mundial de Clubes 2025: times, grupos, premiação e onde assistir

Veja grupos, tabela, datas, transmissão, estádios e todos os times do Super Mundial de Clubes 2025, que começa hoje nos Estados Unidos

Por Gabriel Porta

Super Mundial de Clubes 2025: times, grupos, premiação e onde assistir Créditos: Giorgio Viera/AFP

É hoje! Neste sábado (14) começa oficialmente a Copa do Mundo de Clubes, ou como muitos já apelidaram no Brasil, o Super Mundial. E esta Gazeta preparou um guia completo para você entender tudo sobre essa nova competição: quem são os favoritos, como serão as transmissões, as datas, os grupos e os horários dos jogos.

Vale lembrar que o Mundial de Clubes já existia no formato tradicional, com menos participantes, e agora foi totalmente expandido, reunindo muito mais equipes, inclusive campeões da Champions League de temporadas anteriores.

O nome Super Mundial pegou rapidamente, mas em muitos lugares já se percebe uma transição para o termo Copa do Mundo de Clubes, que é, inclusive, como a própria FIFA tem chamado nas transmissões oficiais e nos materiais de divulgação. A tendência é que os dois nomes sigam sendo usados como sinônimos, tanto na imprensa quanto entre os torcedores.

Os 32 classificados para o Super Mundial de Clubes!

O Mundial de Clubes da FIFA contará com 32 equipes, mas a forma como cada uma delas se classificou não seguiu um critério único. A distribuição de vagas variou de confederação para confederação, com regras distintas e, em alguns casos, até decisões polêmicas.

Na Oceania, a definição foi simples. A vaga ficou com o Auckland City, da Nova Zelândia, que garantiu presença no Mundial ao conquistar a Liga dos Campeões da Oceania.

Na Ásia, quatro equipes carimbaram o passaporte. Três delas se classificaram por meio dos títulos continentais: o Al Hilal, da Arábia Saudita, campeão da edição 2021/22; o Urawa Red Diamonds, do Japão, vencedor em 2022/23; e o Al Ain, dos Emirados Árabes Unidos, que ficou com o troféu na temporada 2023/24. A quarta vaga ficou com o Ulsan HD, da Coreia do Sul, beneficiado pelo seu bom posicionamento no ranking da AFC.

Na África, também foram distribuídas quatro vagas. O Al Ahly, do Egito, se classificou ao conquistar a Liga dos Campeões de 2020/21, e o Wydad Casablanca, do Marrocos, entrou pelo título de 2021/22. As outras duas vagas foram definidas pelo ranking da Confederação Africana e ficaram com o Espérance de Tunis, da Tunísia, e o Mamelodi Sundowns, da África do Sul. A ausência dos campeões mais recentes se explica por um domínio absoluto do Al Ahly, que venceu três das últimas quatro edições do torneio, o que abriu espaço para que as vagas restantes fossem distribuídas pelo coeficiente.

Al Ahly levanta o troféu da Liga dos Campeões da África — Foto: Reprodução: @AlAhly

 

Na Concacaf, a definição teve contornos de polêmica. Foram classificados o Monterrey, do México, campeão em 2021, o Seattle Sounders, dos Estados Unidos, vencedor em 2022, e o Pachuca, também do México, campeão em 2024. A ausência ficou por conta do León, do México, campeão em 2023. A FIFA aplicou a regra que impede a participação de dois clubes sob o mesmo grupo empresarial, uma vez que Pachuca e León pertencem ao mesmo dono. Com isso, o León foi excluído da competição.

Para preencher essa lacuna, a FIFA organizou um playoff entre o Los Angeles FC, vice-campeão daquela edição, e o Club América, do México, melhor ranqueado na confederação. O LAFC venceu o confronto e garantiu sua presença no Mundial.

Brasileiro Igor Jesus em Los Angeles FC x América-MEX (Foto: Gary A. Vasquez/Imagn Images)

Na Conmebol, foram seis vagas. Quatro delas destinadas aos campeões da Copa Libertadores entre 2021 e 2024: Palmeiras, Flamengo, Fluminense e Botafogo. As outras duas vagas foram definidas pelo ranking da entidade, beneficiando River Plate e Boca Juniors, da Argentina.

A UEFA, como esperado, foi a confederação com o maior número de representantes: 12 equipes. Os campeões das últimas quatro edições da Liga dos Campeões garantiram vaga: Chelsea (2020/21), Real Madrid (2021/22), Manchester City (2022/23) e novamente o Real Madrid (2023/24). Como o clube espanhol venceu duas vezes no período, uma vaga adicional foi aberta para o ranking. Dessa forma, outros nove clubes europeus se classificaram pelo coeficiente da UEFA: Bayern de Munique, Paris Saint-Germain, Internazionale, Porto, Benfica, Borussia Dortmund, Juventus, Atlético de Madrid e RB Salzburg.

Por fim, a tradicional vaga destinada ao país-sede ficou com o Inter Miami, dos Estados Unidos. A justificativa da FIFA foi a conquista do MLS Supporters' Shield, que premia a melhor campanha na temporada regular da liga norte-americana. No entanto, o clube caiu nas fases eliminatórias da MLS, e quem de fato venceu o campeonato foi o LA Galaxy. Mesmo assim, a FIFA manteve o Inter Miami no Mundial, decisão que levantou críticas e especulações, principalmente pela presença de Lionel Messi na equipe, algo visto como um grande atrativo comercial para o torneio.

Inter Miami campeão da MLS Supporters' Shield. Foto: The Tribute Express

Premiação

A competição chega com uma proposta bastante interessante. A expectativa é alta, especialmente para os torcedores sul-americanos, que poderão ver seus times em confrontos contra os grandes clubes europeus. No entanto, é importante destacar que essa competição tem um forte componente político e pessoal. Trata-se, claramente, de um projeto de vaidade do presidente da FIFA, Gianni Infantino, que busca consolidar sua marca como o responsável por criar uma nova era para o futebol mundial, com uma Copa do Mundo de Clubes muito mais robusta e rentável.

Quando criada, a competição foi alvo de criticas, principalmente vindas de clubes europeus que principalmente questionam o calendário apertado. Mas a FIFA encontrou uma forma bastante direta de contornar a situação com dinheiro. A entidade anunciou uma premiação total de 1 bilhão de dólares para os participantes do torneio. Apenas pela participação, os clubes já garantem uma quantia considerável, e o campeão poderá faturar até 125 milhões de dólares.

É uma premiação bem significativa, capaz de atrair até os clubes mais ricos do planeta. Nem mesmo gigantes como Manchester City, Real Madrid ou Paris Saint-Germain ignoram cifras desse porte. E, no contexto sul-americano, esse valor assume uma dimensão ainda maior. Caso um clube como Fluminense, River Plate ou Boca Juniors conquiste o título, o impacto financeiro seria histórico.

Apesar disso, é necessário reconhecer que o formato foi claramente desenhado para favorecer os clubes europeus. A diferença técnica, financeira e de estrutura, somada à própria distribuição de vagas e ao caminho da competição, torna a missão de um clube sul-americano ou de fora da Europa vencer o Mundial uma tarefa extremamente difícil.

Formato

Em relação ao formato, o Supermundial de Clubes seguirá um modelo já bastante conhecido pelos torcedores: o mesmo utilizado na Copa do Mundo de seleções. A competição será composta por oito grupos, cada um com quatro equipes. Avançam para a fase eliminatória os dois primeiros colocados de cada grupo.

A partir das oitavas de final, o chaveamento segue o padrão tradicional: o líder de um grupo enfrenta o vice-líder do grupo seguinte. Por exemplo, o primeiro colocado do Grupo A encara o segundo do Grupo B, enquanto o líder do Grupo B enfrenta o vice do Grupo A, e assim sucessivamente, até a grande decisão.

Estádios

O Super Mundial de Clubes será disputado nos Estados Unidos, em 12 estádios distribuídos por 11 cidades. A principal sede será o MetLife Stadium, em Nova York, que receberá a grande final. Além dele, a competição passará por outras arenas de grande porte, muitas delas tradicionais palcos da NFL e de grandes eventos.

MetLife Stadium. Foto: Reprodução/Wikipedia

Em Miami, os jogos serão no Hard Rock Stadium, casa do Miami Dolphins, conhecido também por sediar shows e eventos internacionais. Na Flórida, dois estádios recebem partidas: o Camping World Stadium, em Orlando, e o Inter & Co Stadium, também em Orlando, casa do Orlando City, da Major League Soccer (MLS).

O Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta, será outro palco, sendo a casa do Atlanta United. A cidade de Cincinnati entra no mapa com o TQL Stadium, casa do FC Cincinnati. Em Charlotte, os jogos serão no Bank of America Stadium, utilizado tanto pelo Carolina Panthers, da NFL, quanto pelo Charlotte FC, da MLS.

Los Angeles terá como sede o histórico Rose Bowl Stadium, cenário da final da Copa do Mundo de 1994, quando o Brasil conquistou o tetracampeonato nos pênaltis contra a Itália. Também estão na lista o Geodis Park, em Nashville, casa do Nashville SC, e o Lincoln Financial Field, na Filadélfia, estádio do Philadelphia Eagles, da NFL.

RoseBowl Stadium. Foto: Reprodução Wikipedia 

Seattle recebe partidas no Lumen Field, casa do Seattle Sounders na MLS. A capital Washington terá jogos no Audi Field, estádio do DC United. 

Vale destacar que a maioria dessas arenas foi projetada prioritariamente para o futebol americano, o que levanta uma preocupação já conhecida. Na Copa América disputada recentemente nos Estados Unidos, muitos jogadores criticaram publicamente a qualidade dos gramados e, principalmente, as dimensões reduzidas dos campos, que ficaram mais estreitos do que o padrão ideal para o futebol.

Curiosidades

Chegou o momento de falar de alguns dos elementos que, embora simbólicos, fazem parte da identidade de qualquer grande torneio: a bola, a música e o troféu.

A bola oficial ainda não recebeu um nome, mas é produzida pela Adidas e traz um design claramente inspirado na bandeira dos Estados Unidos. As cores predominantes são azul, vermelho e branco, com detalhes em estrelas aplicados por toda a superfície. Além do visual, ela conta com uma tecnologia que, segundo a fabricante, proporciona mais precisão nos chutes. A bola também possui um chip interno capaz de enviar dados 500 vezes por segundo para o VAR, ajudando na detecção de toques precisos, seja na hora de definir se a bola saiu do pé de um jogador ou se houve contato com a mão, por exemplo.

Bola que será utilizada no Super Mundial de Clubes 2025, da Fifa. Imagem: Ed Mulholland - FIFA/FIFA via Getty Images

A trilha sonora do torneio também já está definida. A música escolhida é Freed from Desire”, da cantora italiana Gala. Longe de ser um lançamento recente, a faixa ganhou espaço no universo do futebol nos últimos anos, tornando-se presença constante em comemorações, títulos e grandes jogos em estádios pelo mundo, principalmente na Europa.

Por outro lado, um elemento tradicional ficou de fora: não haverá mascote oficial para esta edição do Mundial. 

Se a ausência do mascote decepciona, o mesmo não pode ser dito do troféu. A taça do Super Mundial é um dos grandes acertos do torneio. Desenvolvido em parceria com a grife de luxo Tiffany & Co, o troféu é banhado a ouro 24 quilates e apresenta um design extremamente sofisticado e simbólico. O conceito é inspirado nos discos dourados das missões Voyager, lançadas pela NASA nos anos 1970. Esses discos carregam informações sobre a humanidade e foram enviados ao espaço com o objetivo de, caso sejam encontrados por alguma forma de vida inteligente, transmitir mensagens sobre quem somos. O troféu, portanto, traz esse simbolismo de representar a união dos povos por meio do futebol.

O troféu do Super Mundial de Clubes da Fifa em 2025. Foto: Giorgio Viera/AFP

Horários

O jogo de abertura será entre o Al Ahly, do Egito, e o Inter Miami, de Lionel Messi. A grande final está programada para o dia 13 de julho, portanto, o formato segue o modelo de Copa do Mundo, com um mês de duração.

E os horários das partidas? Isso, naturalmente, varia de acordo com o fuso horário de cada região. No entanto, considerando o horário de Brasília, os jogos estão distribuídos ao longo do dia, com partidas começando às 13h, 16h, 19h, 22h e até 23h.

Transmissão

No Brasil, quem quiser acompanhar o Super Mundial de Clubes vai ter várias opções. Na TV fechada, o SporTV transmite todos os jogos. Já na TV aberta, a Globo escolhe quais partidas exibir, então dá pra esperar que eles mostrem o jogo de abertura, as partidas com times brasileiros e, claro, os confrontos mais importantes na fase final, incluindo a grande decisão.

No digital, também não faltam alternativas. O canal CazeTV vai transmitir diversos jogos de graça no YouTube, enquanto no streaming a plataforma DAZN vai exibir todos os jogos gratuitamente, não só no Brasil, mas também em Portugal e no mundo todo.

 Prognóstico dos Brasileiros

E agora bora falar dos brasileiros e das chances de cada um nesse Super Mundial. Começando pelo Palmeiras, que caiu num grupo bem chato: Inter Miami (do Messi), Porto e Al Ahly (do Egito). Dá pra sonhar, sim. Se o time comandado pelo português Abel Ferreira conseguir pelo menos um empate contra o Porto e fizer sua parte contra os outros, tem chance de avançar. Eu apostaria numa classificação tranquila.

O problema maior tá com o Botafogo, que deu muito azar no sorteio. Caiu no grupo da morte com Atlético de Madrid e PSG. Pode ser que o PSG apareça meio desmotivado, depois de ganhar a Champions, vai saber... Mas, se vierem focados, é atropelo. O Seattle Sounders completa o grupo e deve ser mais figurante nessa história. Pra ser bem sincero, pro Fogão passar seria praticamente um milagre.

O Flamengo também não tem vida fácil. Tem pela frente o Chelsea, que deve ser o adversário mais complicado, além do Espérance de Tunis e do LAFC. Aqui dá pra imaginar uma derrota pro Chelsea, mas tem boas chances de brigar por uma vaga contra os outros dois.

O Fluminense que já não é mais aquele gás todo de quem ganhou a Libertadores, vai encarar um grupo traiçoeiro. Tem Borussia Dortmund, que terminou a temporada voando, e os complicados Mamelodi Sundowns e Ulsan Hyundai. Contra o Borussia, deve ser bem difícil. Mas, se não vacilar, dá pra vencer os outros dois e buscar a classificação.

Só que tem um detalhe cruel. A tendência é que os brasileiros, se avançarem, passem em segundo lugar nos grupos. E aí, já pegam logo de cara algum líder europeu nas oitavas. Imagina o Palmeiras ficando em segundo e cruzando com um PSG ou Atlético de Madrid? Ou o Flamengo pegando logo um Bayern de Munique? O caminho fica dificil.

Então, pra qualquer brasileiro passar das oitavas, já seria heróico. Chegar nas quartas, quase um milagre. E uma semifinal, sinceramente, é coisa de roteiro de filme. Final? chance de 0,01%, mas... futebol é futebol. Nunca dá pra descartar uma zebra, né?

Pra fechar, olhando pro cenário geral, minha aposta é que, dos 12 europeus, 10 ou 11 devem avançar pro mata-mata, fácil. E a partir das quartas de final, isso basicamente vira uma mini Champions League, com as potências europeias dominando tudo.

Vejo o PSG chegando muito forte, embalado pela temporada incrível que fez. A Inter de Milão também deve vir bem, assim como o Borussia Dortmund, que fechou o ano voando.

Mas atenção: tem dois que decepcionaram na temporada e podem usar esse Mundial pra “salvar” o ano, Manchester City e Real Madrid. O City já mostrou reação, mexendo bem no time, e o Real chega até com técnico novo, o espanhol Xabi Alonso. Os dois devem tratar o Mundial como missão de honra, pra não deixar a temporada acabar no fracasso total.

Grupos do Super Mundial