Siprovel leva ameaças e calúnias contra professores(as) à Justiça
Comentários em rede social motivaram registro de boletins de ocorrência e ações judiciais para responsabilizar os autores das mensagens.

O Sindicato dos Professores da Rede Pública Municipal de Ensino de Cascavel (Siprovel) registrou boletins de ocorrência na Delegacia Cidadã nesta sexta-feira (14) para relatar ameaças, calúnias, difamações e injúrias contra professores da rede municipal. As mensagens foram publicadas nos comentários de uma notícia no Facebook sobre um caso envolvendo uma criança de oito meses em um Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei), onde a mãe questionou a unidade após a filha aparecer com machucados no rosto.
Entre os comentários identificados, diversos internautas proferiram ameaças graves, sugerindo inclusive justiça com as próprias mãos. Outras mensagens acusam falsamente crimes aos profissionais do magistério, alegando maus-tratos e negligência. O conteúdo também inclui insultos diretos e falas que difamam a categoria docente.
Além do registro de boletins de ocorrência para responsabilizar criminalmente os autores das mensagens, o departamento jurídico do sindicato adotou medidas legais para ingressar com queixa-crime no Poder Judiciário e está avaliando possíveis ações cíveis por danos morais contra aqueles que atacaram os professores.
Reivindicações à Secretaria Municipal de Educação
O Siprovel também encaminhou um Ofício à Secretaria Municipal de Educação (Semed), solicitando medidas urgentes, especialmente um posicionamento da Secretária de Educação, Márcia Baldini, para esclarecer publicamente os fatos. Em entrevista, Baldini declarou que a coordenação do Cmei não teria conversado com os pais da criança, desconsiderando que a profissional estava em sala de aula, devido à falta de profissionais.
"É inadmissível que a Semed não defenda as professoras e professores que constroem a educação pública, mesmo diante das inúmeras dificuldades enfrentadas na Rede Municipal de Ensino. São trabalhadoras e trabalhadores que atuam com compromisso e seriedade, mas que não recebem as condições adequadas para desempenhar seu trabalho. O poder público precisa assumir sua responsabilidade e garantir estrutura e respeito a esses profissionais", destaca a presidente do Siprovel, Gilsiane Quelin Peiter.
Melhoria no protocolo para registro de ocorrências
O sindicato também propôs à Semed uma reformulação no protocolo de atendimento a incidentes dentro das Escolas e Cmeis. A medida busca garantir que todas as situações sejam devidamente documentadas antes de serem expostas publicamente, evitando desinformação e preservando a integridade dos profissionais da educação.
Contratação emergencial de Professor e Agente de Apoio
A carência de profissionais tem sobrecarregado as equipes pedagógicas, obrigando diretores e coordenadores a assumirem turmas, o que compromete o funcionamento das unidades. Diante desse cenário, o Siprovel segue reivindicando à Administração Municipal um plano emergencial de contratação para suprir o déficit e garantir um atendimento adequado às crianças.
O Siprovel reitera que não tolerará ataques contra os professores da Rede Municipal de Educação. Toda e qualquer ameaça ou ofensa será encaminhada às autoridades competentes. O sindicato segue firme na defesa da categoria, exigindo respeito, segurança e dignidade para a categoria.