Será que podemos acreditar no hexa do Brasil?
Seleção Brasileira tem pior desempenho de sua história nas Eliminatórias Sul-Americanas
Por Luciano Neves

O Brasil encerrou sua campanha nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo com derrota para a Bolívia, na terça-feira, por 1 a 0, em El Alto, a mais de 4 mil metros de altitude. Com o resultado, a Seleção terminou o torneio em quinto lugar, amargando a pior campanha de sua história. Até então, a pior campanha do Brasil em Eliminatórias havia sido no início dos anos 2000, quando o time canarinho sofreu para se classificar para a Copa do Mundo de 2002, na Coreia do Sul e Japão. Na ocasião, a Seleção terminou a seletiva com 30 pontos e garantiu sua vaga na última rodada. Já nestas Eliminatórias, a Amarelinha somou 28 pontos, e perdeu a chance de terminar o torneio na vice-liderança, atrás somente da Argentina. Para isso, bastava uma simples vitória sobre a Bolívia, algo que nem chegou perto de se concretizar.
Assim como no ciclo para 2002, em que o Brasil contou com vários técnicos, como Vanderlei Luxemburgo, Emerson Leão e Luiz Filipe Scolari, para se classificar para a Copa de 2026 a CBF também efetuou algumas trocas no comando, iniciando com Ramon Menezes, passando por Fernando Diniz e, mais recentemente, Dorival Júnior, antes da chegada de Carlo Ancelotti.
Vale lembrar que desde que as Eliminatórias passaram a ser disputadas por dez países, em turno e returno, o Brasil jamais havia deixado de somar pelo menos 30 pontos. Desta vez, porém, o time canarinho teve de se contentar com um desempenho bem inferior, mas ainda assim suficiente para manter a sina de jamais ter ficado de fora de uma Copa do Mundo. Ou seja, se não tivesse ocorrido o aumento no número de países para o próximo Mundial, e consequentemente, o aumento no número de vagas diretas para a América do Sul de quatro para seis, o Brasil iria disputar uma repescagem com a atual campanha.
Passada a partida, o treinador italiano comentou o “jogo complicado” nas alturas, admitindo que as consequências do ar rarefeito fizeram a diferença para que ele perdesse sua invencibilidade como técnico do Brasil. “Foi muito complicado, difícil, há os componentes técnico e físico. Era bastante normal, agora não temos muito o que fazer. Preparar bem para os próximos dois amistosos e seguir rumo ao nosso objetivo que é nos prepararmos bem para o Mundial”, disse Ancelotti.
Bolívia
As Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026 chegaram ao fim na terça-feira, com todos os classificados confirmados e a repescagem definida. Argentina, Equador, Colômbia, Uruguai, Brasil e Paraguai já tinham assegurado suas vagas para o Mundial, enquanto a Bolívia garantiu a sétima posição e a chance de disputar o torneio playoff, despachando a Venezuela.
A repescagem é o último caminho para seleções que não conquistaram a classificação direta. Para a Copa do Mundo de 2026, que terá 48 seleções, a repescagem sul-americana contará com a Bolívia buscando uma das duas vagas disponíveis em um minitorneio. Serão seis seleções disputando o playoff, dividido em duas fases: quatro equipes se enfrentam em jogos definidos por sorteio, enquanto as duas melhores do ranking da Fifa entram na fase final. Os vencedores garantem a classificação para o Mundial.
O torneio de repescagem ocorrerá em março de 2026, em pelo menos um dos países-sede da Copa, servindo também como preparação para o Mundial. A América do Sul terá seis vagas diretas e uma vaga via repescagem, enquanto outros continentes, como Ásia, África e Oceania, terão uma seleção cada via repescagem, e a Europa manterá suas 16 vagas diretas, sem repescagem própria.
Créditos: Gazeta Esportiva