Seleção Brasileira: ainda não chegamos no fundo do poço...
Com Dorival Júnior, lista de vexames da Seleção aumentou. CBF fará nova investida em Carlo Ancelotti
Por Luciano Neves

Está cada vez mais difícil de acreditar numa nova conquista da Copa do Mundo pela Seleção Brasileira... E olha que no ano que vem já tem Mundial outra vez. O Brasil estará na Copa dos Estados Unidos, do México e do Canadá, a primeira da história com três países como sedes. E também será a primeira da história com 48 seleções. Esse é o primeiro motivo que garante a presença da Seleção Brasileira no Mundial. O aumento do número de vagas para o continente sul-americano de quatro para seis, mais uma vaga na repescagem, facilita o caminho, mesmo que a campanha nas Eliminatórias seja pífia. Em 14 jogos, a Seleção, que já teve três treinadores neste ciclo pré-Copa do Mundo, conquistou seis vitórias, teve três empates e sofreu cinco derrotas. O Brasil tem o mesmo número de derrotas da Venezuela, que aparece no sétimo lugar e luta para ir para uma Copa do Mundo pela primeira vez. O Brasil só tem menos derrotas que os três últimos colocados Bolívia, Peru e Chile, os dois últimos, inclusive, cumprindo tabela nas Eliminatórias e com remotas chances de ir para o Mundial.
O que chama a atenção é o péssimo desempenho defensivo da Seleção: 16 gols sofridos em 14 jogos. Só para se ter uma ideia, na campanha das Eliminatórias para a Copa do Catar, em 2022, o Brasil, então treinado por Tite, sofreu apenas cinco gols. Destes 16 gols sofridos, quatro foram para a Argentina, na goleada de 4 a 1, na terça-feira, no Monumental de Núñez, em Buenos Aires. Se levarmos em conta o domínio argentino no jogo, o placar ficou pequeno. Poderia ter sido muito mais, poderia ter sido um novo 7 a 1... De qualquer modo, a derrota por 4 a 1 foi a pior da Seleção Brasileira na história das Eliminatórias.
Repare que a goleada sofrida para a Alemanha em 8 de julho de 2014, ocorrida no Mineirão em Belo Horizonte, nas semifinais da Copa do Mundo daquele ano, ainda ressoa. Ainda causa dor na torcida brasileira que presenciou aquela catástrofe. Estamos falando de um jogo que ocorreu há quase onze anos. No entanto, o 7 a 1 não foi o fundo do poço para a Seleção Brasileira... A lista de vexames continua crescendo. Os responsáveis pela Seleção que chamávamos de ‘nossa’ não foram capazes de aprender pela dor. O fundo do poço ainda está por vir. Se o Brasil está perto de se classificar para a Copa, o verdadeiro choque na Seleção seria ficar fora de um Mundial. Então esse choque só seria possível para o Mundial de 2030. Então torcedor brasileiro, se prepare: novos vexames virão em 2026.
Ambiente tóxico
Dorival Júnior foi a aposta mais óbvia pela CBF para finalizar esse ciclo antes da Copa do Mundo de 2026. Antes de aceitar o convite da entidade que organiza (ou desorganiza) o futebol brasileiro, ele havia vencido duas edições de Copa do Brasil, com Flamengo e São Paulo, e uma Libertadores da América, também com o Flamengo. Um currículo que lhe credenciava para a assumir a Seleção. Talvez Dorival Júnior tenha se dado conta do ambiente tão insano, tão nocivo, tão tóxico que é a Seleção Brasileira, consequência da interferência da CBF. Isso explica o porquê muitos jogadores são protagonistas em seus clubes, mas que não têm o mesmo desempenho na Seleção. Nada disso reduz a culpa de Dorival Júnior. Na beira do campo, as decisões para mudanças cabem a ele. Dorival não conseguiu formar um ambiente de Seleção Brasileira com os jogadores. Logo, tem se mostrado incapaz de extrair o máximo dos atletas que ele conta que tem sob sua tutela. E se a característica do pífio futebol brasileiro prevalecer, ele será responsabilizado por mais um insucesso da Seleção. É o ‘boi de piranha’ da vez...
Exemplos
Uma situação bem diferente vive Lionel Scaloni, treinador da Argentina. Ele nem precisa comandar o time ao lado de campo. Se trata de uma seleção bem organizada e os jogadores simplesmente colocam em prática o que foi designado. Mas, além do trabalho tático, se trata de um grupo de jogadores, um grupo unido por uma única causa, que é a seleção da Argentina. Um grupo que se acostumou a vencer e não perdeu a vontade por isso. Logo, a Argentina, já classificada para a Copa, surge como favorita ao título no ano que vem.
Vale lembrar que a Argentina vivenciou o seu fundo do poço. Ficou 28 anos sem um título de expressão. Nesse período, fez inúmeras apostas, numa delas, o ídolo máximo da Argentina, Diego Armando Maradona, foi o treinador. Porém, sem sucesso... A seleção dos hermanos encontrou a solução dentro de casa, quando apostou em Scaloni. Primeiro foi um treinador interino. Foi efetivado após a conquista da Copa América de 2021, que encerrou o longo jejum. Depois veio o tri da Copa do Mundo, em 2022, e mais dois títulos da Copa América. Scaloni é o treinador da melhor seleção do planeta na atualidade.
E quando olhamos para o ambiente da Seleção Brasileira nos damos conta que a situação é, de fato, desesperadora. Não conseguimos nem ao menos copiar o sucesso argentino e encontrar uma solução caseira que recoloque a Seleção nos eixos. Como brasileiros, temos um pouco de soberba ao afirmar que ainda somos a única seleção pentacampeã mundial. A pergunta é: até quando continuaremos como os únicos pentacampeões? É hora de baixar a bola, até porque, deixamos de ter o melhor futebol do planeta há muito tempo...
Créditos: Luciano NevesVocê também pode gostar
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