Secretaria de Saúde em alerta por casos de chikungunya em Cascavel
Cascavel já soma 36 casos positivos de dengue e impressionantes 112 casos confirmados de chikungunya, o que preocupa as autoridades de saúde
A Secretaria de Saúde de Cascavel está em alerta devido ao aumento nos casos de febre chikungunya registrados nas últimas semanas. Somente na última semana, o município contabilizou 21 novos casos da doença. Desde o início do ano epidemiológico, Cascavel já soma 36 casos positivos de dengue e impressionantes 112 casos confirmados de chikungunya, o que preocupa as autoridades de saúde.
Desde o ano passado, a Secretaria Municipal de Saúde tem solicitado o apoio do Governo do Estado para a aplicação do fumacê, medida que visa combater o mosquito Aedes aegypti, vetor dessas doenças. Entretanto, a eliminação dos focos de criação do mosquito continua sendo a principal forma de prevenção.
Locais onde há acúmulo de água parada, como lixos, calhas, vasos de planta e potes de comida de animais, são os principais criadouros do Aedes aegypti. A diretora da Vigilância em Saúde de Cascavel, Rosane Campiol, ressaltou a gravidade da situação e reforçou a necessidade de colaboração da população no combate ao mosquito.
De acordo com a diretora, pequenas atitudes, como manter os quintais limpos e evitar o acúmulo de água em recipientes, são essenciais para impedir a proliferação do vetor e controlar o avanço das doenças transmitidas por ele. “O fumacê atinge apenas o mosquito alado, mas os ovos permanecem, e em algum momento eles irão eclodir, tornando-se novos mosquitos. Por isso, é fundamental que a população continue eliminando os criadouros”, alertou Campiol.
O fumacê, embora seja uma ferramenta importante, não resolve o problema de forma definitiva. A conscientização e o trabalho preventivo da população são cruciais para conter a proliferação do vetor. "O mosquito que nasce no seu quintal pode se deslocar e colocar outras pessoas em risco, além da sua família", reforçou a diretora.
Os sintomas da febre chikungunya são semelhantes aos da dengue, mas apresentam características próprias que requerem atenção. Entre os principais sinais estão febre acompanhada de dores intensas e inchaço nas articulações, dores musculares, nas costas, manchas vermelhas pelo corpo, coceira na pele (que pode ser localizada, especialmente nas palmas das mãos e plantas dos pés) e sensação de mal-estar geral. Ao identificar esses sintomas, é essencial procurar atendimento médico imediatamente. A detecção precoce facilita o manejo da doença e pode evitar complicações.
Evitar o acúmulo de água parada em recipientes como lixos, calhas, vasos de plantas e potes de ração é a medida mais eficaz para combater o Aedes aegypti. A mobilização coletiva é indispensável, já que o mosquito pode voar para outros lugares, atingindo vizinhos e comunidades próximas.
Faça sua parte! Pequenas atitudes no dia a dia podem salvar vidas e ajudar Cascavel a vencer essa batalha contra o Aedes aegypti.
Chikungunya
A febre chikungunya é uma doença febril causada pelo vírus CHIKV, pertencente ao gênero Alphavirus. Caracterizada por dores intensas, especialmente nas articulações, a doença pode causar grande impacto na qualidade de vida dos pacientes, com sintomas que duram, em média, até sete dias. O nome "chikungunya" significa "aqueles que se dobram", referência à postura curvada observada em pacientes durante a primeira epidemia documentada na Tanzânia.
A principal forma de transmissão é a picada da fêmea infectada do mosquito Aedes aegypti. Outras formas, menos comuns, incluem transfusão de sangue ou transmissão da gestante para o bebê. Não há risco de transmissão por contato direto com pessoas doentes.
Após a picada do mosquito infectado, os sintomas surgem entre 2 e 12 dias. Durante a fase conhecida como viremia, que pode durar até 10 dias, o vírus circula no organismo. Se, nesse período, um mosquito saudável picar o paciente infectado, ele também se torna transmissor. Após 3 a 7 dias, o mosquito contaminado começa a disseminar o vírus e pode transmiti-lo até o final de sua vida, que dura em média 45 dias.
Imunidade
Pesquisas indicam que, após a infecção, o organismo desenvolve anticorpos duradouros, capazes de proteger contra novas infecções, mesmo por genótipos diferentes do vírus.
Prevenção
A prevenção da febre chikungunya depende do combate ao mosquito Aedes aegypti. É fundamental eliminar criadouros, evitar acúmulo de água parada e adotar medidas de proteção, como o uso de repelentes. A colaboração de toda a comunidade é essencial para reduzir a transmissão e evitar surtos da doença.