Rússia lança mais de 600 drones e 38 mísseis contra a Ucrânia e deixa mortos
Ofensiva com drones e mísseis matou três pessoas, atingiu infraestrutura energética e ocorreu dias após rodada de negociações de paz mediada pelos EUA
Créditos: Reprodução/X @Svyrydenko
A Rússia realizou um dos maiores ataques aéreos dos últimos meses contra a Ucrânia na madrugada desta terça-feira (23), lançando 635 drones e 38 mísseis, segundo a força aérea ucraniana. A ofensiva deixou ao menos três mortos, entre eles uma criança de 4 anos, conforme confirmou o presidente Volodymyr Zelensky.
Os bombardeios ocorreram poucos dias após uma rodada de negociações de paz mediada pelos Estados Unidos e tiveram como principal alvo instalações do setor energético. De acordo com a primeira-ministra ucraniana, Yulia Svyrydenko, o ataque atingiu regiões do oeste do país e provocou cortes emergenciais de energia em diversas áreas.
Em publicação nas redes sociais, Svyrydenko classificou a ofensiva russa como “deliberada e cínica” e afirmou que o objetivo foi ampliar a sensação de insegurança da população às vésperas do Natal. Já Zelensky disse que a ação demonstra falta de pressão internacional sobre Moscou. “Isso significa que o mundo não está pressionando a Rússia o suficiente. Agora é a hora de responder”, escreveu o presidente.
O ataque elevou o nível de alerta em países vizinhos. A Polônia, que faz fronteira com o oeste da Ucrânia e integra a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mobilizou aeronaves próprias e de aliados para proteger seu espaço aéreo após bombardeios russos próximos ao território polonês. A força aérea do país informou que não houve violação do espaço aéreo e que os sistemas de defesa retornaram à operação normal.
As ofensivas ocorrem em meio a tentativas diplomáticas de reduzir o conflito. No último fim de semana, autoridades dos Estados Unidos se reuniram em Miami com representantes da Ucrânia e de países europeus, além de manterem contatos separados com delegações russas. Moscou exige que a Ucrânia ceda a região de Donbass como condição para um acordo de cessar-fogo, proposta rejeitada por Zelensky, que reafirma não aceitar concessões territoriais.
