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PL pressiona para votar anistia aos envolvidos do 8 de Janeiro após prisão de Bolsonaro

Partido quer votar destaque que retoma texto original de Crivella, enquanto oposição afirma que proposta beneficiaria o ex-presidente

PL pressiona para votar anistia aos envolvidos do 8 de Janeiro após prisão de Bolsonaro Créditos: Pedro Teixeira/PL

O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, se mobiliza para votar, ainda nesta semana ou na próxima, uma proposta de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, quando ocorreram invasões e depredações dos prédios dos Três Poderes, em Brasília. A sigla pretende pressionar a Câmara para que o tema seja colocado na pauta após a reunião de líderes desta terça-feira (25).

A movimentação ocorre dois dias após a prisão preventiva de Bolsonaro, decretada no sábado (22). Uma reunião da bancada do partido foi realizada na segunda (24) com a presença de Carlos Bolsonaro (PL-RJ), Jair Renan (PL-SC), Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Segundo o senador Flávio Bolsonaro, o PL tratará exclusivamente da anistia e não aceitará negociações que proponham redução de pena, conhecida como “dosimetria”. A sigla pretende defender o texto original do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), que pede perdão total aos envolvidos, deixando de lado um novo texto.

“Não temos compromisso com dosimetria, nosso compromisso é com anistia”, afirmou Flávio.

Estratégia do PL: votar destaque para manter versão original

A proposta atual está sob relatoria de Paulinho da Força (Solidariedade-SP), que já indicou que não inclui anistia geral em seu parecer. A estratégia do PL será apresentar um destaque em plenário, tentando retomar o texto original de Crivella.

O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), disse que conversou com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre a viabilidade da votação. Motta estaria consultando outras lideranças partidárias.

Oposição vê tentativa de beneficiar Bolsonaro

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), criticou a iniciativa do PL e também rejeitou o projeto de Paulinho da Força, que não prevê perdão, mas redução de penas. Para ele, qualquer proposta que altere punições beneficiaria Bolsonaro.

“Votar esse projeto não se sustenta. Diminuir pena é diminuir a pena de Bolsonaro. Seria um desvio de finalidade”, disse o deputado.

Lindbergh também afirmou que pautar a proposta criaria uma “crise institucional violentíssima” na Câmara e defendeu que a Casa concentre esforços em pautas como a LDO, o projeto sobre devedor contumaz e benefícios tributários.

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