Pesquisa Quaest aponta estabilidade na aprovação de Lula e leve alta na desaprovação
Levantamento mostra que o índice de aprovação do governo passou de 48% para 47%, enquanto a desaprovação subiu um ponto; declarações e crise no Rio podem ter influenciado o resultado
Créditos: Jose Cruz/Agência Brasil
A mais recente pesquisa Genial/Quaest, realizada entre os dias 6 e 9 de novembro, mostra estabilidade nos índices de avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A taxa de aprovação passou de 48% para 47%, enquanto a desaprovação oscilou de 49% para 50%, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais.
Os dados indicam interrupção na tendência de melhora registrada nas últimas quatro rodadas do levantamento. O resultado repete o cenário apontado pela Paraná Pesquisas, divulgada um dia antes, que também mostrou um freio na recuperação da popularidade do presidente.
O levantamento anterior da Quaest havia sido feito entre 2 e 5 de outubro. Desde então, três episódios podem ter influenciado a nova medição.
O primeiro foi positivo: a reunião entre Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Malásia, no início de novembro. O encontro teve grande repercussão e reforçou a imagem de Lula como liderança internacional.
Os outros dois fatores, no entanto, tiveram repercussão negativa. Durante a viagem à Ásia, o presidente afirmou que “traficantes são vítimas dos usuários”, declaração que gerou ampla desaprovação 81% dos entrevistados disseram discordar da fala.
Dias depois, a operação policial no Rio de Janeiro que terminou com 121 mortes provocou forte repercussão nacional. Lula demorou a se manifestar e, quando o fez, classificou a ação como “matança” e “desastrosa”. O episódio teve grande impacto nas redes sociais e dividiu opiniões.
De acordo com a Quaest, 45% dos entrevistados acreditam que Lula saiu fortalecido do encontro com Trump, enquanto 30% avaliaram que ele saiu enfraquecido. Já sobre a fala sobre o tráfico, 51% afirmaram que a declaração refletiu a opinião real do presidente, e 39% consideraram que foi um mal-entendido.
Após as críticas, Lula declarou que sua frase havia sido “mal colocada” e reafirmou ser “contra o tráfico e o crime organizado”. O Palácio do Planalto também divulgou nota reiterando que o governo “não tolera o tráfico de drogas”.
Avaliação do governo
Quando questionados sobre o desempenho geral do governo, os entrevistados responderam:
38% consideram o governo negativo (eram 37% em outubro);
31% avaliam como positivo (eram 33%);
28% classificam como regular (eram 27%);
3% não souberam ou não responderam.
A pesquisa entrevistou 2.004 pessoas presencialmente, em todas as regiões do país. O nível de confiança é de 95%.
Percepção sobre a economia
A avaliação da economia também se manteve estável. Para 43% dos entrevistados, a situação econômica piorou nos últimos 12 meses (eram 42% em outubro). Já 24% afirmaram que houve melhora, e 32% disseram que está igual.
O levantamento mostra que 72% dos brasileiros consideram que o poder de compra diminuiu em relação ao ano anterior.
A percepção sobre a inflação, porém, apresentou leve melhora: caiu de 63% para 58% o número de pessoas que afirmam ter notado alta nos preços dos alimentos no último mês.
