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Pesquisa aponta desaprovação ao governo Lula, mas o coloca como favorito à reeleição

Uma pesquisa realizada pelo instituto Atlas/Intel, em parceria com a agência Bloomberg, divulgada nesta terça-feira (11), revela que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Por Bruno Rodrigo

Pesquisa aponta desaprovação ao governo Lula, mas o coloca como favorito à reeleição Créditos: Tânia Rego/Agência Brasil

Uma pesquisa realizada pelo instituto Atlas/Intel, em parceria com a agência Bloomberg, divulgada nesta terça-feira (11), revela que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta uma considerável desaprovação popular, mas segue como favorito à reeleição em 2026. O levantamento confirma tendências apontadas por outro estudo recente, da Quaest, que também indicou cenário semelhante. De acordo com os dados, 51,4% dos entrevistados desaprovam a administração de Lula, enquanto 45,9% a aprovam. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Apesar da desaprovação predominante, o atual presidente venceria a eleição presidencial em todos os cenários testados pelo instituto. A única exceção seria um possível segundo turno contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), onde o resultado ficaria em empate técnico, com Lula numericamente à frente. Na pesquisa da Quaest, divulgada na semana passada, o petista também aparece vencendo todas as simulações de disputa eleitoral.

Comparação com o governo Bolsonaro

A pesquisa também abordou a percepção dos eleitores sobre o governo Lula em comparação ao de seu antecessor, Jair Bolsonaro. Para 48,5% dos entrevistados, a gestão de Lula é considerada melhor, enquanto 45,8% a veem como pior. Essa diferença, no entanto, está dentro da margem de erro de dois pontos percentuais, o que indica um cenário de relativo equilíbrio na avaliação entre os dois governos.

Desaprovação por gênero, religião e faixa etária

A desaprovação ao governo Lula é mais acentuada entre os homens, com 59% de rejeição e 38% de aprovação. Entre as mulheres, a situação se inverte: 53,5% aprovam sua gestão, contra 44,1% que a reprovam. O presidente também enfrenta resistência entre os evangélicos, grupo no qual a desaprovação chega a 80,1%. Já entre os católicos, 51,9% aprovam seu governo, enquanto 47,4% o desaprovam.

A faixa etária também influencia na avaliação do governo. Entre os jovens de 16 a 34 anos, 57,1% desaprovam a administração de Lula, enquanto 37% a aprovam. No grupo de 35 a 44 anos, a rejeição alcança 58%, com 41,8% de aprovação. Entre os mais velhos, a dinâmica se inverte: na faixa de 45 a 59 anos, Lula obtém 54,3% de aprovação, contra 45,7% de desaprovação. Entre os que têm entre 60 e 100 anos, a aprovação é de 54,1%, com 42,1% de desaprovação.

Cenários eleitorais para 2026

Apesar da desaprovação predominante, Lula lidera as projeções para as eleições de 2026. Em um cenário com os mesmos candidatos de 2022, ele tem 44% das intenções de voto, superando Jair Bolsonaro, que aparece com 40,6%. Simone Tebet (4,9%) e Ciro Gomes (4,5%) aparecem atrás.

A pesquisa também testou diferentes cenários. Em uma das simulações, substituindo Bolsonaro por Tarcísio de Freitas, Lula venceria com 41,1% dos votos, enquanto Tarcísio teria 26,2%. Outros candidatos como Ronaldo Caiado (5,9%), Gusttavo Lima (5,6%) e Simone Tebet (4,1%) apresentam índices menores.

Em outro cenário, com Eduardo Bolsonaro, Lula teria 40% das intenções de voto, enquanto o deputado ficaria com 24,2%. Ronaldo Caiado (7,5%), Gusttavo Lima (5,2%) e Simone Tebet (4,4%) também aparecem na sequência.

Lula também lidera em todas as simulações de segundo turno: 45,7% contra 44,7% de Tarcísio; 47,4% contra 36,5% de Ronaldo Caiado; 47,6% contra 43,4% de Bolsonaro; 49,6% contra 36,4% de Eduardo Bolsonaro; e 49,8% contra 29,7% de Pablo Marçal.

Metodologia da pesquisa

O levantamento foi realizado por meio de um questionário online geolocalizado, aplicado a 3.125 pessoas entre os dias 27 e 31 de janeiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%. A pesquisa foi conduzida em todas as regiões do país, com abrangência nacional.

Os dados reforçam a complexidade do cenário político brasileiro, onde a desaprovação ao governo atual não necessariamente se traduz em perda de apoio eleitoral. Lula segue como figura central no debate político, mesmo com índices de rejeição significativos, especialmente entre homens, jovens e evangélicos. A pesquisa também destaca a polarização que continua a marcar o eleitorado brasileiro, com Lula e Bolsonaro mantendo-se como as principais forças políticas no país.