Partido de Javier Milei vence eleições legislativas e amplia poder na Argentina
Com 40,8% dos votos, La Libertad Avanza garante maioria relativa e reforça base de apoio ao governo ultraliberal
Créditos: Reprodução/Facebook/Javier Milei
O partido La Libertad Avanza (LLA), do presidente argentino Javier Milei, venceu neste domingo (26) as eleições legislativas, conquistando 40,8% dos votos, com mais de 90% das urnas apuradas. O resultado foi anunciado pelo chefe do gabinete de ministros, Guillermo Francos, e consolida o avanço político do governo ultraliberal no Congresso.
A vitória é considerada decisiva para ampliar a margem de manobra de Milei nos dois anos restantes de mandato. O LLA superou o bloco peronista Fuerza Patria, de centro-esquerda, que obteve 24,5% dos votos. Até então, o partido do presidente detinha apenas 15% dos assentos na Câmara e 10% no Senado — índices que agora devem subir significativamente.
Milei havia dito que alcançar um terço das cadeiras seria “um bom número”, suficiente para garantir poder de veto presidencial em um Parlamento sem maioria absoluta. A expectativa é de que, com a nova composição, o governo consiga avançar em suas pautas de desregulamentação econômica e corte de gastos públicos.
Desde que assumiu a presidência, em 2023, Milei tem recorrido a decretos e acordos pontuais para aprovar medidas, enfrentando resistência de um Congresso dividido e frequentemente alvo de suas críticas — o presidente já chamou o Legislativo de “ninho de ratos” e “degenerados”.
Apesar de ter conseguido reduzir a inflação de mais de 200% para 31,8% ao ano e alcançar equilíbrio fiscal inédito em 14 anos, o chamado “maior ajuste orçamentário da história” também provocou impactos sociais severos, com a perda de mais de 200 mil empregos e retração de 1,8% na economia em 2024.
A oposição moderada e organismos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), têm pressionado o governo argentino a adotar uma postura mais conciliadora e buscar apoio político e social para seguir com as reformas previstas até 2027, entre elas as fiscais, trabalhistas e de proteção social.
Com infofrmações da Agência Lusa
