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Operação Sepulcro Caiado: Polícia aponta esquema de agiotagem como origem de fraudes que causaram prejuízo de R$ 21 milhões ao TJ-MT

A polícia identificou 17 processos suspeitos

Por Gazeta do Paraná

Operação Sepulcro Caiado: Polícia aponta esquema de agiotagem como origem de fraudes que causaram prejuízo de R$ 21 milhões ao TJ-MT Créditos: Divulgação

 

Deflagrada na quarta-feira (30), a Operação Sepulcro Caiado revelou um sofisticado esquema de fraudes judiciais em Mato Grosso, com prejuízo estimado em mais de R$ 21 milhões ao Tribunal de Justiça (TJ-MT). Segundo a Polícia Civil, o esquema teria origem em um sistema de agiotagem comandado pelo empresário João Gustavo Volpato e resultava em ações judiciais simuladas, acordos fictícios e saques indevidos.

Conforme a investigação, advogados, servidores do Judiciário e empresários manipulavam registros de depósitos judiciais para legitimar cobranças fraudulentas. Dívidas originadas de empréstimos ilegais eram ajuizadas com valores inflados, gerando “acordos” com quitação em parcelas únicas — ainda que os supostos devedores não tivessem conhecimento da ação nem capacidade financeira para honrar os valores.

O juiz de garantias Moacir Rogério Tortato, que autorizou as prisões e buscas, classificou o funcionamento do esquema como evidente e baseado em práticas de agiotagem. "Os supostos credores ajuízam ações de execução lastreadas em dívidas originadas de agiotagem, posteriormente majoradas de forma exponencial", apontou na decisão.

Entre os principais beneficiários citados estão os empresários João Gustavo, Luiza Rios Ricci Volpato e Augusto Frederico Ricci Volpato. Já entre as vítimas, está uma mulher que reconheceu apenas parte das dívidas atribuídas a ela, negando ter firmado acordos com a RV Empresa de Cobrança, da qual João Gustavo é sócio.

Outro caso emblemático envolve o empresário N.P.S., que quitou dois empréstimos, mas foi surpreendido por uma cobrança judicial de R$ 1,8 milhão. Ele afirmou nunca ter autorizado o uso de sua assinatura em procurações associadas ao advogado Regis Poderoso de Souza, também alvo da operação.

A polícia identificou 17 processos suspeitos, sendo 13 diretamente ligados a João Gustavo Volpato e outros envolvendo empresas de cobrança e fomento mercantil nas quais ele e familiares têm participação.

Além de João Gustavo, foram alvos da operação os advogados Wagner e Melissa Vasconcelos, Rodrigo Marinho, Themis Lessa, Miguel da Costa Neto, Régis Poderoso, Denise Alonso; o servidor Mauro Ferreira Filho; e os empresários Luiza e Augusto Volpato. O inquérito segue em andamento e pode revelar novos desdobramentos nas próximas semanas.

Com informações do Mídia News

 
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