Mulher que matou o marido e escondeu o corpo em freezer volta a ser presa após decisão do STJ
Cláudia Tavares Hoeckler confessou o assassinato do marido em 2022 e aguardava julgamento em liberdade até decisão recente do STJ
Por Gazeta do Paraná

Cláudia Tavares Hoeckler, de 42 anos, pedagoga e acusada de matar o marido Valdemir Hoeckler, de 43, voltou a ser presa no último sábado (30) após determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O crime, ocorrido em novembro de 2022, chocou o município de Lacerdópolis, em Santa Catarina. Cláudia asfixiou o companheiro com uma sacola plástica após dopá-lo com um sonífero, e escondeu o corpo em um freezer dentro de casa.
A prisão foi restabelecida após recurso do Ministério Público, que argumentou sobre a gravidade do crime e a premeditação da ré, que chegou a comunicar falsamente o desaparecimento do marido. Cláudia aguardava julgamento em liberdade desde agosto de 2023, usando tornozeleira eletrônica e cumprindo medidas cautelares, como comparecimento mensal ao fórum e trabalho formal.
Como o crime foi descoberto
Cláudia confessou o assassinato e foi descoberta dias após o crime por conta de uma contradição envolvendo o freezer da residência. Durante as buscas por Valdemir, dado como desaparecido, vizinhos relataram que o eletrodoméstico estava vazio dias antes. Quando a polícia voltou ao local e abriu o freezer, agora cheio de alimentos congelados sem origem registrada, encontrou o corpo do marido, que estava ali há cinco dias.
Em sua defesa, Cláudia alegou que foi vítima de violência doméstica durante os 20 anos de relacionamento. Segundo depoimento, ela sofria agressões físicas, estupros e era ameaçada constantemente, inclusive com a filha do casal nos braços. A defesa divulgou um vídeo nas redes sociais mostrando Cláudia chorando e se entregando às autoridades.
Decisão do STJ e próximos passos
A Justiça catarinense havia permitido que Cláudia respondesse ao processo em liberdade, por ela ter colaborado com as investigações e cumprido todas as medidas impostas. No entanto, o STJ acatou o recurso do Ministério Público, que argumentou que a soltura foi indevida pela complexidade do caso: homicídio qualificado, ocultação de cadáver e falsa comunicação de crime.
Segundo o advogado de defesa, Matheus Molin, a equipe jurídica pretende recorrer da decisão no Supremo Tribunal Federal (STF), com a expectativa de que Cláudia volte a ter o direito de aguardar julgamento em liberdade e, futuramente, seja absolvida pelo Tribunal do Júri.