Mounjaro, Ozempic e Wegovy: 5 coisas que os médicos gostariam que pacientes soubessem antes do uso

Esses remédios, inicialmente desenvolvidos para o tratamento do diabetes tipo 2, tornaram-se populares também no combate à obesidade

Por Gazeta do Paraná

Mounjaro, Ozempic e Wegovy: 5 coisas que os médicos gostariam que pacientes soubessem antes do uso Créditos: Mario Tama/Getty Images

Cerca de 16 milhões de adultos nos Estados Unidos estão utilizando medicamentos da classe dos análogos do GLP-1, como semaglutida (Ozempic e Wegovy) e tirzepatida (Mounjauro). Esses remédios, inicialmente desenvolvidos para o tratamento do diabetes tipo 2, tornaram-se populares também no combate à obesidade, por sua eficácia na redução do apetite e controle do açúcar no sangue.

No entanto, especialistas alertam que os medicamentos não são uma solução mágica. “Eles são eficazes, mas não substituem uma alimentação equilibrada e a prática regular de exercícios”, afirma JoAnn Manson, chefe da divisão de medicina preventiva do Hospital Brigham and Women’s, em Boston.

Manson destaca que até 25% do peso perdido pode ser de massa muscular, o que pode comprometer a saúde geral. Para evitar isso, ela recomenda priorizar a ingestão de proteínas — como frango, peixe e leguminosas — e a prática de exercícios de resistência de 2 a 3 vezes por semana, combinados com atividades aeróbicas.

A médica também orienta que os pacientes aumentem a ingestão de água e evitem deitar-se logo após as refeições, para reduzir efeitos colaterais como náuseas, constipação e azia — comuns durante o uso dos medicamentos.

Os GLP-1 imitam um hormônio natural do corpo, prolongando a saciedade e retardando o esvaziamento do estômago. Apesar disso, seu uso pode causar efeitos adversos, como náuseas e vômitos, que em alguns casos levam à interrupção do tratamento. Mudanças simples na dieta e nos hábitos diários podem ajudar a minimizar esses desconfortos.

O professor Andres Acosta, da Mayo Clinic, reforça que os medicamentos fazem parte de um programa mais amplo de controle de peso, que deve incluir redução calórica e mudanças comportamentais. “A ideia de que basta aplicar a injeção está errada. Sem mudanças no estilo de vida, os resultados não se sustentam”, afirma.

Pesquisadores também alertam que o reganho de peso pode ocorrer após a interrupção do uso dos medicamentos. “Ainda buscamos estratégias eficazes para evitar isso”, diz Elizabeth Mietlicki-Baase, da Universidade de Buffalo.

A mensagem dos especialistas é clara: os análogos do GLP-1 representam um avanço significativo no tratamento da obesidade e do diabetes, mas seu sucesso depende do compromisso do paciente com um estilo de vida saudável e acompanhamento médico adequado.

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