Marcos Formighieri questiona aquisições de Nelson Tanure no setor de tecnologia do Paraná
Diretor da Gazeta do Paraná, Marcos Formighieri, questiona estratégias de Nelson Tanure em aquisições no setor de tecnologia no Paraná
O diretor da Gazeta do Paraná, Marcos Formighieri, abordou nesta terça-feira (03), em seu espaço editorial no programa Tijolinho, do Gcast (podcast da Gazeta), a atuação de um empresário que estaria buscando monopolizar o setor de tecnologia no Paraná.
Formighieri levantou dúvidas e solicitou esclarecimentos do empresário baiano Nelson Tanure, proprietário da empresa londrinense Sercomtel e da Copel Telecom. De acordo com informações já publicadas pela Gazeta, o próximo alvo de Tanure pode ser a Celepar (Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná). O processo de privatização da empresa foi autorizado recentemente pelos deputados estaduais e está previsto para culminar em um leilão em 2025.
No programa Tijolinho, Formighieri enfatizou que a Sercomtel, adquirida anos atrás por Tanure, pode ter sido um movimento estratégico que facilitou a compra posterior da Copel Telecom. “Queremos entender se essa sequência de aquisições faz parte de um plano estruturado ou se foram operações independentes e legítimas”. Ele reforçou que a Gazeta não está fazendo acusações, mas sim cobrando transparência e explicações diretas de Tanure.
Formighieri levantou a hipótese de que negociações anteriores poderiam ter dado suporte ao empresário, oferecendo acesso a informações estratégicas que facilitaram a compra da Copel Telecom. Além disso, revelou preocupação com rumores de que a Celepar estaria sendo preparada para futura aquisição por Tanure. “Informantes do governo indicam que a Celepar foi formatada para que você fosse o comprador”.
Sobre a Celepar, ele destacou que a empresa possui um vasto cadastro de informações confidenciais sobre empresas e cidadãos, o que exige cuidados especiais em qualquer negociação de venda. “Como esses dados serão tratados em um possível processo de privatização? Há risco de dilapidação do patrimônio público se tudo for feito às pressas, como tem ocorrido?”, questionou.
Irregularidades
Formighieri também apontou a existência de suspeitas envolvendo a privatização da Copel Telecom. Fontes em Curitiba, incluindo pessoas ligadas à Assembleia Legislativa, teriam confidenciado à ele que houve pagamento de propinas de 3% sobre o valor de aquisição da empresa, que ultrapassou R$ 2 bilhões. Estimativas indicam que esses 3% podem representar cerca de R$ 70 a R$ 80 milhões, embora o destino desses valores e a veracidade das informações ainda sejam incertos. “Certamente, esses valores não saíram diretamente do caixa da Copel, mas é um ponto que merece investigação”.
Não faltaram criticas à Ligga Telecom, sucessora da Copel Telecom, onde Formighieri cita reclamações de interrupções no serviço de internet e dificuldade para obter suporte técnico. “Como cliente, estamos insatisfeitos. Não há com quem falar na empresa, o que reflete um descaso inaceitável com os consumidores”.
Atuação
As aquisições de Tanure seguem um padrão de investimento em negócios em baixa, com o objetivo de recuperá-los. Contudo, no caso da Copel Telecom, ele adquiriu uma empresa estatal sólida, com arrecadação bilionária e domínio no mercado de fibra óptica no Paraná. Após a compra, Tanure rebatizou a empresa como Ligga Telecom e adquiriu o naming rights do Estádio Joaquim Américo, a Arena da Baixada, que passou a se chamar Ligga Arena.
Tanure já esteve envolvido em negócios com empresas como TIM e Oi. Em 2016, participou da venda da Intelig para a TIM por meio do fundo Docas. Já na Oi, utilizou o fundo Pharol, mas deixou o negócio em 2020 após conflitos com sócios durante o processo de recuperação judicial.
Transparência
Com duas empresas do mesmo setor no Paraná, Tanure tem buscado transformar o estado em um polo nacional de telecomunicações. No entanto, a possível aquisição da Celepar levanta preocupações sobre a formação de um monopólio nas áreas de comunicação e tecnologia.
A Gazeta do Paraná disponibiliza seus canais para que Nelson Tanure apresente seus esclarecimentos e reforce a legitimidade de suas operações. "Queremos te entrevistar, Tanure, queremos mostrar aos nossos internautas, aos nossos leitores, a lisura dos teus negócios no Paraná na aquisição dos próprios Públicos do Estado", finalizou Marcos Formighieri.
No Youtube
O programa Tijolinho, de Marcos Formighieri, abordando as aquisições do empresário Nelson Tanure, já está disponível em nosso canal no YouTube. Clique aqui e assista!