Mais de 20 brasileiros seguem desaparecidos na guerra da Ucrânia
Mais de 20 brasileiros que foram lutar na Europa estão desaparecidos. Para diplomacia, quem não é encontrado está morto.
Por Gazeta do Paraná

Mais de vinte brasileiros que viajaram à Europa para integrar os combates na guerra da Ucrânia seguem desaparecidos, segundo fontes diplomáticas ucranianas. Oficialmente, o governo brasileiro confirma ao menos nove mortes desde 2022, quando o conflito teve início.
Segundo a diplomacia, na linguagem militar, combatentes com status de desaparecidos são considerados mortos, mesmo sem terem os corpos localizados.
Desde os primeiros meses da guerra, brasileiros foram atraídos por diferentes motivos — ideológicos ou financeiros — e acabaram integrando tropas tanto da Ucrânia quanto da Rússia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chegou a fazer um apelo global por combatentes estrangeiros, o que levou à criação da Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia, oferecendo salários que chegam a US$ 4.800.
Do lado russo, o recrutamento também incluiu estrangeiros. Brasileiros estariam atuando em ambos os lados do conflito, tornando-se alvos de uma verdadeira caçada.
Em resposta, os dois países criaram mecanismos para rastrear combatentes estrangeiros. Um site vinculado ao Ministério da Defesa da Ucrânia, chamado “Quero Viver”, divulgou uma lista com 38 nomes de brasileiros que lutam ao lado da Rússia. Já o lado russo lançou o projeto "Foreign Combatants", espécie de Wikipédia com perfis de mercenários que apoiam a Ucrânia.
Casos como o de Raphael Paixão, 26, ilustram o drama. O jovem perdeu parte da perna esquerda após pisar em uma mina e ficou desaparecido por quase um mês até conseguir ajuda médica.
Mesmo assim, brasileiros continuam se voluntariando. Em um grupo no Telegram, uma mensagem recente alerta:
“Já dei entrada no meu passaporte. Tá chegando a hora de ir ajudar a Ucrânia.”
