Mais da metade dos corpos já passou por necropsia após megaoperação no Rio
Mais da metade dos corpos já passou por necropsia; Defensoria Pública organiza força-tarefa para apoiar famílias e cobra transparência nas investigações
Créditos: Paulo Carneiro
O Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro segue em esquema especial de funcionamento nesta quinta-feira (30), em razão da megaoperação policial realizada na terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte da capital fluminense.
De acordo com a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), o número de mortos subiu para 121, incluindo quatro agentes de segurança. Mais da metade dos corpos já passou por necropsia, e parte deles foi liberada para as famílias.
O atendimento aos familiares está sendo feito em um posto do Detran próximo ao IML, enquanto corpos não relacionados à operação estão sendo encaminhados temporariamente ao IML de Niterói, para desafogar a demanda.
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Operação teve 2,5 mil agentes e 100 mandados de prisão
A Operação Contenção, considerada a mais letal da história do estado, contou com cerca de 2.500 agentes das polícias Civil e Militar. O objetivo foi conter o avanço territorial do Comando Vermelho (CV) e cumprir aproximadamente 100 mandados de prisão.
Entre os alvos, 30 suspeitos eram de outros estados, incluindo integrantes oriundos do Pará. A ação também resultou na apreensão de armas e drogas e no aumento da tensão em comunidades da zona norte.
Defensoria Pública presta apoio às famílias das vítimas
A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPRJ) montou uma força-tarefa de atendimento para acolher as famílias das vítimas da operação. Somente no primeiro dia, 106 familiares foram atendidos no IML, no Detran, no Complexo da Penha e no Hospital Getúlio Vargas.
As equipes prestam apoio jurídico e psicológico, além de auxiliar na emissão de documentos, no traslado de corpos e no sepultamento gratuito.
A DPRJ também solicitou à Polícia Militar do Estado do Rio (PMERJ) as imagens das câmeras corporais e a identificação dos agentes que participaram da ação. O Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (NUDEDH) acompanha o caso e defende transparência total nas investigações.
