corbelia setembro

Liquidação do Banco Master reacende debate sobre influência de Nelson Tanure no Paraná

Atuação do empresário volta ao centro das discussões após prisão de Daniel Vorcaro e revelação de vínculos financeiros entre a Ligga Telecom e o banco liquidado pelo BC

Liquidação do Banco Master reacende debate sobre influência de Nelson Tanure no Paraná Créditos: Redes sociais

A liquidação do Banco Master, decretada pelo Banco Central nesta segunda-feira (18), e a prisão do controlador da instituição, Daniel Vorcaro, reacenderam questionamentos sobre a atuação do empresário Nelson Tanure, figura de destaque do mercado financeiro nacional e nome historicamente associado a operações de grande impacto no Paraná.

O interesse sobre Tanure aumentou após investigações indicarem que fundos ligados ao Master mantinham vínculos com empresas associadas ao investidor. No estado, sua presença se consolidou a partir de 2020, quando seu grupo venceu dois dos principais processos de privatização do setor de telecomunicações. Em novembro daquele ano, por meio do Fundo Bordeaux, Tanure arrematou a Copel Telecom por R$ 2,3 bilhões. Meses antes, o mesmo fundo havia adquirido a Sercomtel, operadora de Londrina.

As duas empresas deram origem à Ligga Telecom, que incorporou a estrutura da antiga Copel Telecom, expandiu sua rede e venceu lotes do leilão do 5G promovido pela Anatel. Em quatro anos, a Ligga se tornou um dos maiores players de banda larga do Paraná, ampliando presença no interior e consolidando contratos corporativos.

Apesar da expansão, reportagens do jornal O Estado de S. Paulo apontaram que Tanure iniciou negociações para vender a Ligga por cerca de R$ 2,5 bilhões, valor semelhante ao desembolsado para formar a companhia, movimento coerente com sua estratégia de compra, reestruturação e venda de ativos.

A ligação entre Tanure e o Banco Master aparece registrada em documentos da própria Ligga. Uma ata de diretoria de 19 de outubro de 2022 confirma a contratação de uma Cédula de Crédito Bancário junto ao Master, formalizando um vínculo financeiro direto. Materiais institucionais divulgados em 2022 também exibiram Ligga e Master lado a lado na oferta de produtos de investimento. Embora não haja indicação de que essas transações estejam sob investigação, a associação reforça a proximidade entre os dois grupos no período que antecedeu o aprofundamento das apurações federais.

O nome de Tanure voltou ao noticiário nacional após o Estadão revelar, em julho de 2024, que a CVM concluiu que fundos ligados ao Master e ao investidor atuaram conjuntamente com o controlador da Ambipar, Tercio Borlenghi Júnior, para inflar artificialmente ações da companhia. Segundo a autarquia, movimentos sincronizados provocaram valorização acima de 700% entre junho e agosto daquele ano.

Tanure não respondeu às solicitações do jornal, e Master e Ambipar também não se manifestaram.

Com informações do HojePR

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