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Justiça mantém afastamento e marca julgamento de vereadores Dudu Barbosa e Bozó por corrupção passiva em Toledo

Decisão reafirma suspeitas de propina, valida provas do MP-PR e mantém vereadores longe do cargo até o julgamento de janeiro.

Por Eliane Alexandrino

Justiça mantém afastamento e marca julgamento de vereadores Dudu Barbosa e Bozó por corrupção passiva em Toledo Créditos: Divulgação

Eliane Alexandrino/Cascavel

A 1ª Vara Criminal de Toledo decidiu manter o afastamento dos vereadores Edimilson Dias Barbosa, o Dudu Barbosa (MDB), e Valdomiro Nunes Ferreira, o Valdomiro Bozó (PL), investigados por corrupção passiva. Os dois haviam sido suspensos do exercício do cargo em 2 de agosto, por 180 dias, após denúncia apresentada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR).

Segundo o MP-PR, os vereadores teriam solicitado R$ 300 mil a uma empresa do setor de energia renovável em troca da aprovação de um projeto de lei que regularizaria a instalação de uma central de geração hidrelétrica no Rio São Francisco, na Estrada da Usina. A empresa não efetuou o pagamento e denunciou o caso ao Ministério Público.

Em decisão recente, o juiz Murilo Conehero Ghizzi rejeitou o pedido das defesas para revogar a medida cautelar, afirmando que persistem os fundamentos que justificaram o afastamento, principalmente o risco de reiteração delitiva e a necessidade de preservação da ordem pública enquanto a investigação segue em andamento.

O Ministério Público chegou a apontar possível descumprimento da cautelar por parte de Dudu Barbosa, que publicou foto em seu gabinete na Câmara Municipal. O magistrado considerou a conduta inadequada, mas entendeu que não configurou violação direta da ordem judicial. O vereador, contudo, foi advertido de que novas ocorrências poderão resultar em medidas mais severas, como prisão preventiva.

A Justiça também autorizou o compartilhamento das provas da ação penal com o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Toledo, responsável pelo processo administrativo disciplinar contra os vereadores. O juiz destacou que o envio do material não causa prejuízo à defesa e contribui para o esclarecimento dos fatos.

A decisão ainda afastou a alegação da defesa de que a gravação utilizada na denúncia teria sido adulterada. Documentos fornecidos pelo MP-PR mostram que o áudio foi extraído diretamente do celular da testemunha, com registro de hash e sem indícios de manipulação.

Com a continuidade da ação penal, a audiência de instrução e julgamento foi marcada para 30 de janeiro de 2026. As testemunhas de acusação serão ouvidas pela manhã e as de defesa no período da tarde.

Enquanto isso, Dudu Barbosa e Valdomiro Bozó seguem afastados de suas funções parlamentares até o término do prazo estabelecido pela Justiça.

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