A Corte de Apelação de Roma decidiu, nesta sexta-feira (1º), que a deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) deverá permanecer presa em regime fechado enquanto tramita o processo de extradição para o Brasil. A audiência, realizada na Quarta Seção Penal da corte italiana, foi conduzida a portas fechadas pelo juiz Aldo Morgigni e durou cerca de três horas. A expectativa é que o processo de extradição leve entre um e dois anos, segundo especialistas ouvidos pela imprensa italiana.
Zambelli foi detida na última terça-feira (29), em um apartamento no bairro Aurélio, em Roma, após quase dois meses como foragida da Justiça brasileira. Desde então, está custodiada no presídio feminino de Rebibbia, que abriga 369 mulheres — número acima da capacidade oficial da unidade.
Ao fim da audiência, o advogado Angelo Alessandro Sammarco, que comanda a defesa da parlamentar na Itália ao lado do irmão Pieremilio, declarou que sua cliente respondeu tranquilamente aos questionamentos e se declarou inocente. “Ela afirmou ser uma perseguida política e disse que não deseja ser extraditada para o Brasil”, relatou.
Segundo Sammarco, Zambelli também alegou ter tido seus direitos fundamentais violados no processo que responde no Brasil. A defesa apresentou à corte um pedido de substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar, argumentando que a deputada não representa risco de fuga. “Ela veio à Itália porque confia na Justiça italiana. Não há qualquer intenção de fugir”, acrescentou o advogado.
Uma nova audiência foi marcada para meados de agosto, quando o tribunal poderá reavaliar o regime de custódia da parlamentar. Será nessa mesma corte que o mérito do processo de extradição começará a ser analisado.