Indicado ao STF, Jorge Messias enfrentará sabatina dividida na CCJ do Senado
Governo deve negociar voto a voto para garantir aprovação em cenário equilibrado entre aliados e oposição
Por Da Redação
Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado-geral da União, Jorge Messias, terá pela frente uma sabatina marcada por apoio dividido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A aprovação no colegiado é passo obrigatório antes da votação no plenário, ambas realizadas em voto secreto, o que aumenta o risco de reviravoltas.
No cenário atual, considerando apenas os membros titulares, a CCJ apresenta um equilíbrio entre senadores alinhados ao governo e à oposição. As chances de Messias, portanto, dependerão também de quais suplentes estarão presentes no dia da votação, já que bancadas podem fazer substituições até a data da sabatina.
Entre os titulares está o ex-presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que, apesar de ser próximo ao governo, foi preterido por Lula na disputa pela vaga no STF, fator considerado sensível na articulação política.
O governo terá de fazer um cálculo preciso, voto a voto, para superar resistências. O clima de alerta se intensificou após o placar apertado da recondução de Paulo Gonet à PGR: ele foi aprovado na CCJ por 17 a 10 e, no plenário, por 45 a 26, apenas quatro votos acima do mínimo necessário.
O histórico recente também preocupa. O ministro Flávio Dino, indicado por Lula em 2023, passou pela CCJ com 17 a 10 e pelo plenário com 47 votos a favor e 31 contrários, além de duas abstenções.
A data da sabatina ainda não foi marcada. O presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União-AP), deve definir o calendário nos próximos dias. A CNN apurou que o rito pode ocorrer em dezembro, período em que é comum que indicados façam o chamado “beija-mão”, um giro pelos gabinetes em busca de apoio e conversão de votos.
Jorge Messias é a terceira indicação de Lula ao STF neste mandato, após Cristiano Zanin e Flávio Dino.
*Com informação da CNN.
