Haddad critica Cláudio Castro e cobra ação do governo do Rio contra o crime organizado
Ministro da Fazenda afirma que governador “deveria acordar” e ajudar no combate ao contrabando de combustível, apontado como fonte de financiamento das facções
Créditos: José Cruz/Agência Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou nesta quarta-feira (29) o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), ao afirmar que ele “deveria acordar” para a crise de segurança pública no estado. A declaração foi dada um dia após a operação policial mais letal da história do Rio, realizada nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou em 64 mortes, entre elas, quatro policiais, e 81 prisões.
Durante sua chegada ao Ministério da Fazenda, Haddad afirmou que o governo fluminense tem colaborado pouco no combate ao crime organizado. Segundo o ministro, o contrabando e a fraude no setor de combustíveis são as principais fontes de financiamento das facções criminosas.
“O governo do Estado do Rio tem feito praticamente nada com relação ao contrabando de combustível, que é o que irriga o crime organizado. Para atingir o andar de cima, que é quem tem o dinheiro, é preciso combater de onde vem o recurso”, disse Haddad.
O ministro reforçou que os crimes de fraude tributária, simulação de refino e distribuição irregular de combustível sustentam as atividades ilegais das organizações criminosas no estado.
“O governador deveria acordar para esse problema crônico e ajudar a Receita Federal a combater o andar de cima. Quando o dinheiro está irrigando o crime, é muito difícil controlar na ponta”, acrescentou.
PEC da Segurança Pública
Haddad também defendeu a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, que tramita na Câmara dos Deputados. A medida busca aprimorar a integração entre os governos federal, estadual e municipal no enfrentamento ao crime organizado.
Os principais pontos da PEC são:
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Criação de diretrizes para o sistema penitenciário;
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Atualização das competências da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF);
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Constitucionalização dos fundos nacionais de Segurança Pública e de Política Penitenciária;
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Definição das atribuições das guardas municipais;
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Criação de corregedorias e ouvidorias autônomas nas forças de segurança.
