Eli Lilly anuncia resultados positivos de versão oral de medicamento contra obesidade
Estudo de fase 3 aponta eficácia da orforgliprona em perda de peso, controle do diabetes e redução de riscos cardiovasculares.
Por Gazeta do Paraná

A farmacêutica americana Eli Lilly, responsável pelo Mounjaro, avançou nesta terça-feira (26) na corrida bilionária pelo mercado global de medicamentos para obesidade. A companhia divulgou os resultados de um estudo de fase 3 sobre a orforgliprona, sua versão oral análoga ao GLP-1. Os dados favoráveis abrem caminho para que a empresa submeta, ainda em 2025, o pedido de aprovação regulatória para o novo tratamento.
Segundo a pesquisa, pacientes que receberam o medicamento perderam em média 10,5% do peso corporal — cerca de 10,4 quilos — contra apenas 2,2% no grupo placebo. Além da redução de peso, o fármaco apresentou impacto significativo no controle do diabetes, reduzindo em até 1,8% os níveis de hemoglobina glicada, marcador essencial da doença. Cerca de 75% dos pacientes tratados com a maior dose atingiram níveis iguais ou inferiores a 6,5%, patamar considerado adequado pela Associação Americana de Diabetes.
O estudo também mostrou benefícios adicionais, como melhora em fatores de risco cardiovasculares, incluindo colesterol não-HDL, triglicerídeos e pressão arterial sistólica.
Conveniência como diferencial
Assim como Ozempic e Wegovy, a orforgliprona pertence à classe dos análogos de GLP-1, que imitam a ação do hormônio responsável por regular apetite e glicemia. A principal diferença, no entanto, está na forma de uso: o novo medicamento será um comprimido de administração diária, sem restrições de horário ou alimentação.
“Os resultados reforçam o potencial da orforgliprona para oferecer eficácia e segurança comparáveis às versões injetáveis, mas em um formato que pode ampliar o acesso e a adesão de pacientes”, afirmou Louis J. Aronne, especialista em obesidade e líder de ensaios clínicos na área.
Mercado em expansão
A disputa pelo mercado de emagrecimento tem crescido rapidamente entre as gigantes farmacêuticas. A Novo Nordisk, rival dinamarquesa da Lilly, já comercializa injetáveis como Ozempic e Wegovy, além da versão oral Rybelsus. A expectativa é que a orforgliprona seja a primeira aposta da Lilly para competir nesse nicho específico.
A divulgação dos resultados animou investidores: as ações da empresa subiram mais de 4% nesta terça-feira. A Eli Lilly é atualmente avaliada em mais de US$ 648 bilhões.
“Mounjaro já mostrou resultados relevantes no tratamento da obesidade e do diabetes. Agora, com a versão oral, reforçamos nosso compromisso de ampliar as opções de cuidado para milhões de pessoas em todo o mundo”, disse Luiz André Magno, diretor médico sênior da Lilly Brasil.
Com os novos dados, a companhia deve iniciar as submissões regulatórias globais ainda este ano. Se aprovada, a orforgliprona poderá representar um divisor de águas para a farmacêutica americana e ampliar a disputa em um dos segmentos mais promissores da indústria.
Com informações da Revista Exame
