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Desemprego no Brasil é o menor em 13 anos, aponta IBGE

Taxa de desocupação se mantém em 5,6%, menor patamar desde 2012; número de trabalhadores com carteira assinada alcança marca histórica

Por Eliane Alexandrino

Desemprego no Brasil é o menor em 13 anos, aponta IBGE Créditos: Fábio Ulsenheimer/CMC

Eliane Alexandrino/Cascavel

Com Agência Brasil

Segundo dados divulgados nesta terça-feira (30) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o trimestre encerrado em agosto, teve a taxa de desocupação no Brasil em 5,6%, mantendo o mesmo índice registrado até julho e permanecendo no menor nível desde 2012, início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.

Em números absolutos, o país contabiliza 6,1 milhões de pessoas desocupadas, o menor contingente da série histórica. O resultado representa queda de 9% (menos 605 mil pessoas) em relação ao trimestre encerrado em maio e de 14,6% (menos 1 milhão) na comparação com o mesmo período de 2024.

Segundo o analista da pesquisa, William Kratochwill, a redução do desemprego tem influência direta do setor de educação pública, que realiza contratações temporárias no primeiro semestre. “São trabalhadores sem carteira, com contratos de curta duração, mas que contribuem para o aumento do emprego no período”, explicou.

Entre as atividades, o segmento de Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais foi o único a registrar crescimento nas duas bases de comparação: alta de 1,7% (mais 323 mil pessoas) frente ao trimestre até maio e de 4,2% (mais 760 mil pessoas) em relação ao mesmo período de 2024. Já os serviços domésticos apresentaram queda de 3,0% (menos 174 mil trabalhadores) em relação ao trimestre anterior e de 3,2% (menos 187 mil) frente a 2024.

A agricultura também registrou expansão, com crescimento de 4,4% (mais 333 mil pessoas), puxada pela safra de café no Nordeste e no Sudeste, especialmente na Bahia. Já em relação a 2024, destaque para o setor de Transporte, armazenagem e correio, que avançou 5,5% (mais 311 mil ocupados).

A taxa composta de subutilização atingiu 14,1%, permanecendo no menor patamar da série. Isso representa 16 milhões de pessoas, queda de 6,2% em relação ao trimestre anterior (menos 1,1 milhão) e de 11,8% frente ao mesmo período de 2024 (menos 2,1 milhões).

A população desalentada, ou seja, pessoas que desistiram de procurar emprego  caiu para 2,7 milhões, o menor nível desde 2016. “A queda indica que o mercado de trabalho está conseguindo absorver rapidamente esse contingente, o que contribui para a redução da desocupação”, avaliou Kratochwill.

A PNAD Contínua é o principal instrumento de monitoramento da força de trabalho do país, cobrindo 211 mil domicílios nos 26 estados e no Distrito Federal. A coleta é realizada por cerca de dois mil entrevistadores do IBGE.

A próxima divulgação, referente ao trimestre encerrado em setembro, está prevista para 31 de outubro.

Recorde no emprego formal

O número de pessoas ocupadas chegou a 102,4 milhões, o maior da série histórica. A taxa de ocupação alcançou 58,1%, com alta de 0,2 ponto percentual frente ao trimestre anterior e de 0,6 ponto em relação a 2024.

O emprego formal foi o destaque: o setor privado chegou a 52,6 milhões de trabalhadores, sendo 39,1 milhões com carteira assinada — recorde da série. Houve alta de 3,3% (mais 1,2 milhão) em relação ao mesmo período de 2024.

“O mercado de trabalho aquecido proporciona mudanças no perfil das contratações, com mais benefícios para os trabalhadores, como a carteira assinada”, afirmou o analista do IBGE.

Já o setor público registrou 12,9 milhões de ocupados, crescimento de 2,7% no ano. Entre os trabalhadores por conta própria, houve alta de 1,2% no trimestre (mais 300 mil) e de 4,3% (mais 1,1 milhão) em relação a 2024.

Informalidade e renda

A taxa de informalidade ficou em 38%, o que representa 38,9 milhões de trabalhadores. A alta foi puxada pelos autônomos sem CNPJ, que somaram 19,1 milhões — avanço de 1,9% no trimestre e de 2,9% no ano.

O rendimento médio real habitual alcançou R$ 3.488, estável em relação ao trimestre anterior, mas 3,3% superior ao de 2024. A massa de rendimentos chegou a R$ 352,6 bilhões, novo recorde.

Houve crescimento salarial em diferentes categorias, como empregados com e sem carteira assinada, trabalhadores domésticos e servidores públicos. Setores como agricultura, construção, administração pública e serviços domésticos também registraram aumento de rendimentos frente a 2024.

Foto: Divulgação 

 

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