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CPI do Crime Organizado preocupa mais o Planalto que comissão do INSS

Auxiliares de Lula veem risco político maior na CPI que vai investigar facções criminosas e pretendem mobilizar base no Congresso para evitar desgaste ao governo

CPI do Crime Organizado preocupa mais o Planalto que comissão do INSS Créditos: Claudio Reis/Getty Images

A CPI do Crime Organizado, que ainda será instalada no Senado Federal, já causa maior apreensão entre assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva do que a CPMI do INSS, segundo avaliação de integrantes do Palácio do Planalto.

Auxiliares presidenciais consideram que a nova comissão parlamentar de inquérito tem potencial mais explosivo e pode ser usada pela oposição como instrumento político de desgaste ao governo.

No caso da CPMI do INSS, o governo conseguiu minimizar impactos após o ressarcimento das vítimas de descontos indevidos, medida que reduziu a pressão antes mesmo do início dos trabalhos da comissão.

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Para integrantes do governo, a CPI do Crime Organizado representa risco político maior por tratar de segurança pública, tema considerado mais sensível junto ao eleitorado. A avaliação é de que, ao contrário da pauta previdenciária, a discussão sobre crime e facções pode ter forte apelo popular e midiático, com repercussões diretas na imagem do governo.

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Diante desse cenário, o Planalto pretende mobilizar sua base parlamentar para acompanhar de perto os desdobramentos e disputar a condução da CPI. Paralelamente, o governo deve reforçar a agenda legislativa na área de segurança, com foco na PEC da Segurança Pública e no projeto de lei antifacções, assinado pelo presidente Lula na semana passada.

Instalação da CPI

A CPI do Crime Organizado foi anunciada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), após a operação policial contra o Comando Vermelho, no Rio de Janeiro. A instalação está prevista para a próxima terça-feira (4 de novembro).

O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do requerimento de criação, é o nome mais cotado para assumir a relatoria da comissão. O PT, por sua vez, busca ocupar a presidência da CPI e pretende indicar o senador Fabiano Contarato (PT-ES) para o cargo.

A expectativa é de que a CPI investigue ações e financiamento de organizações criminosas, além de eventuais falhas de coordenação entre órgãos federais e estaduais de segurança.

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