Copel inicia operação para retirar fios soltos e irregulares em Cascavel
Ação conjunta com a Prefeitura e operadoras atende a pedido da Câmara e busca reduzir riscos de acidentes e a poluição visual

Eliane Alexandrino | Cascavel
A Copel (Companhia Paranaense de Energia) iniciou nesta terça-feira (24) uma operação de vistoria e remoção de fios soltos, irregulares ou em desuso nos postes de Cascavel. A ação é realizada em parceria com a Prefeitura e operadoras de telecomunicações que utilizam a rede de postes na cidade.
O trabalho começou pela Avenida Toledo e deve se estender por outras vias nos próximos dias. O cronograma poderá ser alterado em caso de temporais ou outros eventos climáticos.
“É uma ação conjunta da Copel, da Prefeitura e das concessionárias que compartilham os postes. Esse trabalho visa o cumprimento das normas técnicas de organização do cabeamento, garantindo mais segurança para a população e também melhorando a paisagem urbana”, explicou Fabrício Salmazo, gerente de Compartilhamento de Estruturas da Copel.
A operação foi definida após uma audiência pública realizada no início de junho na Câmara de Vereadores, que debateu os riscos e a poluição visual causados pelos cabos soltos. O tema ganhou ainda mais urgência após um grave acidente registrado no ano passado, quando um motociclista morreu ao ser atingido no pescoço por fios soltos nas ruas Manaus e Visconde de Guarapuava.
Durante os trabalhos, a Prefeitura de Cascavel está responsável por auxiliar na organização do trânsito nos pontos onde as equipes da Copel e das operadoras atuam.
Responsabilidade das empresas
De acordo com a legislação, cabe às operadoras de telefonia, internet e TV a cabo realizar a manutenção dos fios, mantendo-os dentro das normas de segurança e organização previstas nas resoluções da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e da ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações).
À Copel, como proprietária dos postes, cabe a fiscalização e a notificação das empresas em caso de irregularidades. Quando os prazos não são cumpridos, há previsão de aplicação de multas e, em último caso, o corte dos cabos irregulares.
A companhia reforça que, por segurança, a população não deve tocar em cabos soltos e deve comunicar situações de risco pelo telefone 0800 51 00 116.
“As empresas, quando notificadas, são obrigadas a fazer a organização do cabeamento, sob risco de multa e até corte dos fios, caso não cumpram as determinações”, esclarece Salmazo.
Levantamento da Copel
Um levantamento da Copel, realizado entre 2022 e dezembro de 2024, aponta que Cascavel possui 65.576 postes — sendo 41.531 na área urbana e 24.045 na área rural. Esse censo técnico identificou todas as ocupações feitas pelas empresas de telecomunicações, que agora precisam estar em conformidade com as normas.
Discussão também avança no Congresso
O problema da fiação aérea não é exclusividade de Cascavel. A Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados discute o tema, que foi pauta de uma audiência pública cancelada recentemente, sem nova data prevista.
O deputado Saulo Pedroso (PSD-SP), autor do pedido, alerta para os riscos e transtornos causados pela desorganização dos cabos nas cidades. “É cada vez mais comum ver fios soltos, enrolados e mal posicionados. Além do aspecto visual, há relatos constantes de interrupções de serviços, risco de curtos-circuitos, quedas de cabos em vias públicas e dificuldade de fiscalização pelas empresas”, afirmou.
Para Pedroso, faltam regras claras sobre a responsabilidade e fiscalização desses fios. “É um problema que precisa ser amplamente discutido, pois cabos pendurados e caídos se transformam em risco para pedestres, motoristas e para a segurança pública.”
Foto: Assessoria - Copel
