A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) já tomou a decisão de demitir Dorival Júnior do comando da Seleção Brasileira. A reunião entre o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, e o treinador, marcada para esta tarde, será apenas para formalizar sua saída e discutir detalhes do trabalho. Não há possibilidade de reversão da decisão. A informação foi divulgada pelo colunista Rodrigo Mattos, do UOL Esporte.  

O principal fator que determinou a queda de Dorival foi a goleada sofrida para a Argentina, em Buenos Aires, que simbolizou o auge do desgaste acumulado desde a Copa América, há quase um ano. Na avaliação interna da CBF, a Seleção foi amplamente dominada taticamente pelos argentinos, especialmente no meio de campo, e o treinador não demonstrou capacidade de reação. Durante toda a partida, o Brasil atuou com apenas dois meio-campistas contra cinco adversários, evidenciando a falta de repertório do técnico para ajustar a equipe em momentos decisivos.  

A percepção dentro da entidade é que o desempenho da Seleção regrediu ao longo do tempo. Dorival começou bem nos amistosos contra Inglaterra e Espanha, mas a Copa América já expôs problemas na equipe. A CBF também questiona suas convocações, acreditando que ele optou por jogadores que dificilmente completariam o ciclo até a Copa do Mundo.  

Nas Eliminatórias, a constante renovação da lista de convocados impediu a formação de uma base sólida, o que gerou preocupação entre os dirigentes, especialmente diante dos resultados abaixo do esperado.  

Outro ponto de incômodo na CBF foi a proximidade de Dorival com seu auxiliar, Lucas Silvestre, que é seu filho. A entidade havia contratado o ex-zagueiro Juan para atuar como uma voz técnica alternativa, mas avaliou que sua influência foi reduzida devido à dinâmica entre o treinador e seu filho.  

Além de Dorival, a permanência do coordenador de seleções, Rodrigo Caetano, também está em análise. Ele terá uma reunião com Ednaldo Rodrigues nesta tarde, e seu futuro dependerá do resultado da conversa. A CBF esperava que Caetano tivesse um papel mais ativo nas discussões táticas com o treinador, o que, segundo a entidade, não ocorreu como esperado.  

Quanto ao substituto de Dorival, a CBF ainda não fez contatos oficiais, mas a preferência é por um técnico estrangeiro. Entre os nomes especulados estão Carlo Ancelotti, Jorge Jesus e Abel Ferreira. A definição sobre o novo comandante só ocorrerá após a oficialização da saída de Dorival Júnior.