Yuri Bezerra da Costa, brasileiro detido com 3 quilos de cocaína em Bali, na Indonésia, afirmou às autoridades locais que foi enviado ao país por um homem conhecido apenas como “Tio Paulo”. Segundo Yuri, ele teria recebido ordens para entregar a droga a um desconhecido na ilha, mas, após a prisão, descobriu que todas as conversas com o suposto mandante haviam sido apagadas e que não conseguia mais contato com ele.

O caso chamou atenção por conta da rigidez da lei antidrogas da Indonésia, considerada uma das mais duras do mundo. Yuri foi preso assim que desembarcou, vindo de Dubai, ao ser pego em flagrante por agentes da Alfândega e do BNNP (órgão de narcóticos local). Durante o interrogatório, confessou que trazia a cocaína a pedido de Tio Paulo. As autoridades tentaram realizar uma entrega controlada, na esperança de prender o destinatário, mas ninguém apareceu.

Os policiais também constataram que todas as mensagens trocadas entre Yuri e o mandante haviam sido apagadas do celular, impedindo que o responsável fosse localizado. Agora, Yuri responde sob os artigos 112(2) e 113(2) da Lei nº 35/2009 sobre Narcóticos, que preveem prisão perpétua ou pena de morte em casos de tráfico internacional.

Histórico de brasileiros executados
Casos semelhantes já resultaram em execuções de brasileiros na Indonésia. Em maio de 2015, Rodrigo Muxfeldt Gularte, do Paraná, foi fuzilado após dez anos preso com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe. No mesmo ano, em janeiro, Marco Archer Cardoso Moreira, do Rio de Janeiro, também foi executado após ser detido com 13,4 kg de cocaína camuflados em uma asa delta desmontada.