O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9) que todas as exportações de produtos do Brasil passarão a ser taxadas em 50%. A medida, divulgada por meio de uma carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entra em vigor a partir de 1º de agosto e posiciona o Brasil como o país mais atingido entre as 22 nações que receberam notificações similares.

A nova tarifa, que será aplicada de forma ampla, é a mais alta já imposta pelos EUA a qualquer país na atual rodada de mudanças comerciais. Ela se soma a tarifas já existentes sobre produtos como aço e alumínio, além de uma nova taxa de 50% anunciada nesta quinta-feira (10) sobre o cobre, também afetando diretamente as exportações brasileiras.

Em abril, o Brasil já havia sofrido com um tarifaço de 10%, e agora volta a ser alvo central da política comercial protecionista adotada por Trump. Segundo ele, o Brasil “não está sendo bom” para os EUA, e a decisão seria uma resposta ao que classificou como censura à liberdade de expressão e perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

A carta enviada por Trump também menciona os julgamentos no Brasil e críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), reforçando o viés político da medida.

Tarifas anunciadas por Trump: o Brasil no topo

Trump enviou cartas a 22 países anunciando novas tarifas que variam de 20% a 50%. Veja a lista completa:

1. Brasil – 50%

2. Laos – 40%

3. Myanmar – 40%

4. Camboja – 36%

5. Tailândia – 36%

6. Bangladesh – 35%

7. Sérvia – 35%

8. Indonésia – 32%

9. África do Sul – 30%

10. Argélia – 30%

11. Bósnia e Herzegovina – 30%

12. Iraque – 30%

13. Líbia – 30%

14. Sri Lanka – 30%

15. Brunei – 25%

16. Cazaquistão – 25%

17. Coreia do Sul – 25%

18. Japão – 25%

19. Malásia – 25%

20. Moldávia – 25%

21. Tunísia – 25%

22. Filipinas – 20%

As tarifas serão aplicadas separadamente das taxas setoriais já em vigor. A medida tem potencial de impactar setores-chave da economia brasileira, como o agro, a siderurgia e a mineração.

A justificativa de Trump mescla interesses econômicos e políticos, apontando para uma retaliação a decisões do Judiciário brasileiro e apoio direto a Jair Bolsonaro. O Brasil lidera a lista de alvos da nova política tarifária dos EUA, que promete aquecer a disputa geopolítica e comercial no cenário internacional.