Almoço e janta mais baratos? Pesquisa aponta queda nos preços do feijão e do arroz

Clássico da mesa brasileira registra menor inflação no acumulado do ano, afirma boletim da inflação da Fecomércio no Paraná

Por Eliane Alexandrino

Almoço e janta mais baratos? Pesquisa aponta queda nos preços do feijão e do arroz Créditos: Divulgação

Eliane Alexandrino/Cascavel
Com Fecomércio

Uma ótima notícia para os paranaenses: a tradicional combinação do feijão com arroz, preferida dos brasileiros, está mais barata em 2025. Segundo dados do Boletim da Inflação da Fecomércio PR (elaborado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná), de janeiro a julho o feijão preto acumulou queda de 29,47% e o arroz de 17,63% em Curitiba e Região Metropolitana. São as maiores reduções entre todos os alimentos monitorados na capital paranaense pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado mensalmente pelo IBGE.

Esse movimento também se reflete no restante do estado. Conforme dados do Ipardes, nos últimos 12 meses o preço do feijão preto caiu 27,51% no Paraná, enquanto o arroz branco recuou 22,29%, confirmando a tendência de alívio no bolso do consumidor em todo o território paranaense.

A boa performance dos preços no estado supera até mesmo a média nacional, que também recuou, mas em menor intensidade. O resultado reflete uma combinação de fatores, como boa safra e redução de custos de produção, que aliviaram a conta do supermercado.

“A boa safra, o clima favorável e a redução nos custos de produção, especialmente em insumos e transporte, explicam a queda expressiva no preço do feijão e do arroz neste ano. No caso do arroz, a estabilidade cambial também ajudou a conter custos de importação. Esse cenário traz um alívio importante para o consumidor”, explica o assessor econômico da Fecomércio PR, Lucas Dezordi.

Apesar do alívio no feijão e no arroz, o boletim da Fecomércio PR mostra que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou inflação de 0,26% no Brasil em julho, com Curitiba e Região Metropolitana apresentando aumento um pouco mais intenso, de 0,33%. No acumulado de 12 meses, a capital soma 5,15% de inflação, ligeiramente abaixo da média nacional de 5,23%.

“A expectativa é de que a inflação comece a ceder gradualmente ao longo de 2025, mas ainda se manterá acima do centro da meta”, avalia Dezordi. “Essa queda expressiva no preço de alimentos essenciais ajuda a aliviar o orçamento das famílias, especialmente em um cenário de custos elevados”, pontua.

Para o economista Rui Pedro, a produção do arroz também reflete positivamente para os consumidores, além da isenção de impostos que contribuiu diretamente para a redução nos preços finais. Houve crescimento expressivo nas áreas plantadas de arroz e feijão a partir da safra 2022/2023, aumentando a oferta no mercado.

“O aumento da capacidade agrícola contribuiu diretamente: mais área plantada e uma safra em boa condição colaboraram para a redução do preço final, ou seja, de forma positiva para o consumidor. Outros fatores são a questão da isenção de impostos e a importância do arroz, que teve queda no preço do dólar, o que faz com que o consumidor possa comprar mais”, destaca.

Mais barato

Além do feijão e do arroz, o consumidor encontrou valores mais baixos em julho na batata-inglesa (-21,24%), cebola (-20,46%) e manga (-13,62%). A tendência, segundo a Fecomércio PR, é que outros alimentos também passem a registrar queda.

“Alguns produtos, como carnes e hortaliças sensíveis à estiagem, ainda pressionam o índice, mas a expectativa é de estabilização e até redução nos próximos meses. Com a dupla arroz e feijão mais baratos e perspectivas de arrefecimento para outros itens, o custo da alimentação deve pesar um pouco menos no orçamento dos paranaenses”, completa o economista.

O que ficou mais caro?

Entre os itens que mais subiram no mês na capital paranaense e região, destaque para o pepino (+43,37%), tangerina (+22,07%), banana-d’água (+9,18%) e melancia (+8,43%). No acumulado do ano, o pepino lidera com folga (+101,52%), seguido por manga (+48,99%), café moído (+44,94%) e tomate (+32,95%).

IBGE também aponta queda no Brasil

De acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os preços do arroz e do feijão tiveram queda no Brasil nos últimos 12 meses até junho de 2025. O arroz acumulou 12,07% de recuo e o feijão registrou quedas mais acentuadas, como a do feijão preto (-23,01%). Já o feijão carioca, o mais consumido, teve queda de 13,17%.

Segundo a pesquisa, a redução no preço está atribuída principalmente a safras maiores e ao aumento da oferta desses produtos no mercado, além de mudanças nos hábitos de consumo da população. O aumento da oferta veio acompanhado por uma diminuição no consumo per capita de arroz e feijão ao longo do tempo, o que também ajudou a puxar os preços para baixo.

O arroz acumulou queda de 12,07% nos últimos 12 meses até junho de 2025, com oito meses seguidos de recuo mensal. O feijão apresentou retração ainda mais acentuada em algumas variedades: o feijão preto caiu 23,01% e o carioca 13,17% no mesmo período.

Foto: Divulgação

 

 

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