Agente escolar denunciado por abuso seguiu atuando por quase cinco anos; pais protestam
Semed justificou que, por restrições legais, não poderia afastá-lo sem uma condenação definitiva
Por Bruno Rodrigo

A permanência de um agente de apoio escolar na rede municipal de Cascavel, mesmo após ter sido denunciado por abuso infantil em 2019, gerou indignação entre pais de alunos. O homem, condenado a 30 anos de prisão em março deste ano, só foi exonerado do cargo em novembro de 2024, após atuar por quase cinco anos em unidades de ensino do município.
A denúncia inicial surgiu quando a mãe de uma das vítimas percebeu mudanças no comportamento do filho de três anos e levou o caso à Justiça. Mesmo com um processo judicial em andamento, o servidor seguiu trabalhando normalmente, sendo transferido para outra unidade escolar, onde novas acusações surgiram. A Secretaria Municipal de Educação (Semed) justificou que, por restrições legais, não poderia afastá-lo sem uma condenação definitiva.
Apesar das alegações da Semed de que o profissional era monitorado e nunca ficava sozinho com as crianças, mães de alunos contestam essa versão. Relatos e imagens indicam que ele tinha contato direto com os alunos, inclusive durante momentos de descanso e higiene. Em uma das gravações apresentadas pelos pais, o homem aparece massageando os pés de uma criança, o que reforçou os questionamentos sobre a segurança dos alunos.
O caso gerou forte repercussão e levou pais a protestarem em frente à Prefeitura de Cascavel, cobrando providências mais rígidas para evitar que situações semelhantes se repitam. Durante uma reunião com vereadores e representantes da Semed, foi discutida a possibilidade de criação de uma lei municipal que permita o afastamento imediato de servidores suspeitos de abuso infantil, sem necessidade de uma condenação judicial prévia.
Atualmente, mesmo após a condenação, o ex-servidor segue em liberdade utilizando tornozeleira eletrônica, pois a sentença ainda está em fase de recurso. Além das acusações já confirmadas, novas denúncias continuam surgindo, indicando a possibilidade de mais vítimas.
Diante da comoção gerada pelo caso, a Secretaria de Educação afirmou que pretende agilizar processos administrativos para evitar a demora na apuração de casos semelhantes. Além disso, a proposta de uma legislação específica para afastamento preventivo de profissionais sob suspeita será encaminhada ao Executivo para avaliação.
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