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Abrigos de ônibus: Cascavel deve ter nova licitação em breve

Construtora Guilherme, que era responsável pela instalação, não entregou o planejado e teve o contrato rompido após 16 prorrogações

Por Bruno Rodrigo

Abrigos de ônibus: Cascavel deve ter nova licitação em breve Créditos: Secom

Cinco anos após o início do projeto de modernização dos abrigos de ônibus em Cascavel, a novela parece longe de chegar ao fim. O cenário atual mistura estruturas novas, antigas e inexistentes, algumas paradas de ônibus contam apenas com uma plaquinha no meio da calçada, outras exibem coberturas deterioradas ou improvisadas. Enquanto isso, a população segue enfrentando sol e chuva à espera do transporte coletivo.

A principal promessa era padronizar e modernizar os pontos de ônibus, oferecendo mais conforto e segurança aos usuários. Em 2020, a prefeitura firmou um contrato com a Construtora Guilherme, que previa a instalação de 1.393 novos abrigos. O investimento inicial era de R$ 13 milhões, mas ao longo do tempo o valor subiu para R$ 17 milhões, em função de aditivos e alterações nos serviços. O contrato, no entanto, foi rescindido no final de 2023, após 16 prorrogações e muita insatisfação quanto ao cumprimento do cronograma.

A construtora, que já esteve envolvida em outras polêmicas na região, conseguiu entregar 689 abrigos. A entrega das estruturas incluía a construção de bases de concreto, calçadas e rampas de acessibilidade. Os valores por ponto variavam entre R$ 17 mil e R$ 22 mil, dependendo da complexidade da intervenção necessária.

“A gente fez a rescisão e nossa equipe de engenharia já está trabalhando na nova licitação, que vamos lançar nos próximos dias, para concluir os 121 abrigos que faltam do contrato anterior. Inclusive queríamos também fazer um processo aumentando esse número de abrigos, mas isso a gente ainda depende de recurso externo. A quantidade de abrigos não é fixa. Conforme a cidade vai crescendo, esse número de abrigos vai crescendo”, afirmou o Secretário de Obras Públicas de Cascavel, Sandro Camilo Ranci.

Agora, Cascavel enfrenta um déficit de estruturas e, para resolver o problema, a prefeitura promete lançar uma nova licitação. No entanto, a nova concorrência pública ainda não tem data marcada para acontecer. Há a previsão que a nova licitação contemple também mais 500 abrigos além dos já previstos na licitação anterior.

Enquanto o processo não sai do papel, moradores de diferentes regiões continuam improvisando. Em alguns pontos a cobertura é feita por conta própria pelos próprios moradores. Outros contam com banquinhos improvisados. Tudo para que se tenha o mínimo de conforto na espera do transporte coletivo.

Além da ausência de cobertura adequada, muitos dos abrigos que foram instalados já apresentam sinais de deterioração. Vários vidros foram quebrados por atos de vandalismo, lixeiras foram destruídas e há estruturas danificadas por falta de manutenção. Para realizar os reparos necessários, será preciso outro processo licitatório, ou seja, mais um pouco de tempo de espera.

“Tudo isso é dinheiro da sociedade, do contribuinte e que teremos que fazer uma licitação em separado para dar manutenção. O município se esforça em construir, e precisamos de apoio da sociedade para manter. É um custo, a gente perde tempo, perde recursos públicos tendo que ficar arrumando algo que já estava pronto e já estava funcionando”, destacou Sandro Camilo.

A Secretaria de Planejamento e Gestão está finalizando os estudos para o novo edital, que incluirá critérios mais rígidos de execução, controle de qualidade e prazos. A expectativa é de que o novo processo atenda tanto à instalação de abrigos em pontos que ainda não foram contemplados quanto à manutenção corretiva das estruturas existentes.

Mesmo com o encerramento do contrato anterior e a promessa de uma nova licitação, a realidade nos bairros é de frustração. Enquanto isso, a cidade segue com abrigos de ônibus para todos os gostos, menos para o que realmente importa: proteger quem depende do transporte público.