Ponto 14

Vereador de Guarapuava é denunciado pelo MP-PR por suspeita de esquema de 'rachadinha'

Por Giuliano Saito


Sidão Okeiko foi denunciado pelos crimes de associação criminosa, concussão, lavagem de dinheiro e coação. Advogado afirma que fatos narrados 'carecem de veracidade' e que é 'temerário imputar' os crimes ao vereador. Sidão foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná Reprodução/Facebook O vereador de Guarapuava Sidão Okeiko, do União Brasil, foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) pelos crimes de associação criminosa, concussão, lavagem de dinheiro e coação a partir da suspeita de um esquema de "rachadinha". Além dele, o órgão também ofereceu denúncia à esposa e ao irmão do parlamentar. Entenda abaixo. Conforme documento, o trio criou um sistema de recebimento de parte dos vencimentos de servidores sob ameaça de exoneração. Eles foram alvo de uma operação do MP-PR em maio. O advogado do parlamentar e dos outros dois denunciados, Marinaldo Rattes, afirmou que "os fatos narrados pela acusação, por si só, carecem de veracidade, pois é necessária a garantia da ampla defesa e do contraditório". Investigação Segundo o MP-PR, a investigação mostra que pelo menos duas servidoras públicas entregaram valores em espécie ou produtos alimentícios à esposa de Sidão sob ameaça, em um total de R$ 2.060. O MP também afirma que uma das servidoras que fez pagamentos ao trio tinha sido indicada pelo vereador para um cargo na prefeitura. Contestada pela RPC, a Prefeitura de Guarapuava disse que não vai se manifestar sobre o caso. No documento de denúncia, o MP-PR ainda solicitou que o vereador, a esposa e o irmão sejam condenados a devolver o valor recebido no esquema com juros e correção monetária. O que diz a defesa Em nota, a defesa do vereador disse ser "temerário imputar qualquer um dos crimes elencados na denúncia ao vereador" e "controversa" a questão da ameaça uma vez que a servidora continua na função comissionada. A defesa ainda destacou que em caso de denúncia recebida pela Justiça, vai provar no processo a origem e destinação dos valores. Atuação Conforme denúncia do Ministério Público, a atuação do grupo iniciou logo nos primeiros meses de mandato de Sidão, com a ajuda da esposa e do irmão. No esquema, segundo o órgão, eles solicitavam mensalmente a assessores vinculados ao gabinete ou indicados por ele ao Poder Executivo valores em espécie ou em cestas básicas. O documento afirma que a esposa do parlamentar assediava as vítimas para que repassassem o dinheiro e não contassem a ninguém. Polícia Civil cumpre mandado de busca e apreensão na Câmara de Guarapuava William Batista/RPC O MP-PR ainda afirma que elas eram ameaçadas de exoneração para aceitarem a condição e que a situação foi identificada em pelo menos 14 situações entre fevereiro de 2021 e abril deste ano. Os valores repassados em espécie eram depositados e transferidos para a conta do irmão do vereador, segundo o Ministério Público. O órgão afirma que isso foi feito para dissimular o verdadeiro destinatário do dinheiro. Por nota, o advogado afirmou que as movimentações bancárias apontadas são correspondentes a compra e venda de produtos comercializados por ele, sem qualquer relação com Sidão. VÍDEOS: mais assistidos do g1 PR Veja mais notícias da região em g1 Campos Gerais e Sul.