Vaquinha online arrecada R$ 75 mil para professoras que tiveram apartamento incendiado enquanto estavam na posse de Lula; polícia investiga
Por Giuliano Saito
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Caso aconteceu na terça (3); polícia investiga possível intolerância política após encontrar indícios de arrombamento e ação humana. Professores perderam tudo. Suspeita é de que crime possa ter sido motivado por intolerância política ou homofobia Uma vaquinha online pensada por dirigentes do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (SISMUC) arrecadou mais de R$ 75 mil para duas professores que tiveram o apartamento onde moravam destruído em um incêndio em Curitiba. O caso aconteceu na terça (3), quando elas voltavam de viagem após acompanharem a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Brasília. A polícia investiga se o fogo começou de forma criminosa, com possível motivação de intolerância política. No local, foram encontrados indícios de arrombamento e de fogo iniciado por ação humana. Juliana Mildemberg e Loide Ostrufka, professoras e também dirigentes sindicais, perderam tudo no incêndio. Elas foram para a casa de familiares, segundo a colega Soraya Zgoda, que também atua no sindicato. De acordo com a professora de educação infantil, a iniciativa de arrecadar dinheiro surgiu após conversas dos dirigentes do SISMUC e da procura de outras entidades interessadas em ajudar as vítimas. Para garantir transparência ao processo, Soraya optou por utilizar a ferramenta na internet. "Ela está sendo fundamental para as meninas, para que elas se sintam amparadas. Elas sabem que hoje elas não têm nada, mas que essa ajuda das pessoas vai ser muito boa para quando elas conseguirem passar esse período de nervosismo. [...] Essa vaquinha vai ajudar a devolver a dignidade para elas", frisou. Amigas das moradoras não conseguiram salvar praticamente nada do local Sismuc/Divulgação Além da vaquinha virtual, os colegas têm recolhido também vestuários, roupas de cama e banho, além de utensílios domésticos. As professores também recebem suporte do sindicato, que acompanha toda a situação. Investigações A polícia investiga, também, os crimes de furto qualificado, incêndio criminoso e homofobia. "Pode ser intolerância política, pode ser homofobia, já que uma das vítimas tem uma companheira que reside aqui. [...] Então vamos tentar, primeiro passo, identificar a autoria e caso a gente obtenha isso, nosso propósito, o propósito da nossa equipe é tentar descobrir a motivação", afirmou o delegado Geraldo João Celezinski. Segundo uma das professoras, foram queimados também livros, bandeiras sindicais e carteiras estudantis que estavam na residência. O fato chamou a atenção das vítimas. "Não dá para gente afirmar ainda, porque ainda ninguém tem conclusão, mas os nossos livros foram amontoados, as bandeiras do nosso sindicato, as bandeiras da nossa central sindical, foram colocadas todas nossas carteirinhas de estudante e foi colocado fogo. Então, é, no mínimo, estranho porque a pessoa não entra na sua casa para levar uma televisão e ir lá amontoar um monte de livros e fazer uma fogueira. Então, para nós, é muito estranho e assustador também", disse Loide. Não foi possível salvar grande parte dos pertences. Foto: RPC A professora afirmou que espera que todos os fatos sejam realmente apurados. "Que a polícia consiga as imagens das câmeras ao redor, que a gente possa entender quem fez isso e qual a motivação para fazer isso", afirmou Juliana. O prazo para conclusão do inquérito é de 30 dias. Em nota, o sindicato repudiou o caso e disse que toda a direção sindicato "prestará amparo com o que for necessário". Incêndio aconteceu enquanto as moradoras estavam voltando de Brasília, após a posse de Lula. Foto: RPC Leia também: Diretos Humanos: Quem é Rita de Oliveira, defensora pública nomeada por Silvio Almeida em ministério Mega da Virada: Jovem que ganhou dois jogos no mesmo bolão foram escolhidos por máquina Assista: Turista flagra passeio de onça-pintada e filhote no Parque Nacional do Iguaçu Vídeos mais assistidos do g1 PR: Veja mais notícias do estado em g1 Paraná.
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