Unioeste vai adotar sistema de cotas raciais no vestibular em 2023; 20% das vagas serão para pretos e pardos
Por Giuliano Saito
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Além da Unioeste, somente Unicentro ainda não adota o sistema entre as universidades estaduais no Paraná. Especialista afirma que cotas são 'compensação histórica'. Unioeste, campus Cascavel José Fernando Ogura/AEN A Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) vai adotar a partir do próximo vestibular o sistema de cotas raciais, vagas que serão reservadas para pessoas que se auto declaram pretas e pardas. Conforme a instituição, 20% das vagas totais de cada curso serão destinadas a modalidade. Antes da decisão, a instituição reservava 50% das vagas para estudantes de escola pública. As vagas para quem se autodeclara preto ou pardo estão dentro desta reserva, portanto os estudantes também precisam ter feito todo o ensino médio no sistema público de ensino. O acadêmico de pedagogia da Unioeste Matheus Eduardo Pinheiro não entrou no ensino superior pelo sistema de cotas, mas acredita que elas podem ajudar a mudar a realidade da universidade e aumentar a presença de pessoas negras nesse espaço. "Observo que tem pouquíssimos na universidade, em geral acaba sendo uma minoria. [...] Acontece de ter um preto num cargo mais elevado e a sociedade acha que é suficiente para achar que estamos inclusos, mas isso não é verdade", afirmou o estudante. Unioeste terá cotas raciais no vestibular em 2023 Concorrênca Para concorrer às vagas de cotas raciais, os candidatos vão precisar assinalar na inscrição que se reconhecem como pretos ou pardos. Depois, uma banca vai analisar as informações e documentos e individualmente definir se o estudante se enquadra nos critérios. Unicentro não têm sistema de cota Além da Unioeste, somente a Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro) ainda não adota o sistema entre as universidades estaduais no Paraná. A instituição, entretanto, se comprometeu em aderir ao modelo. O processo foi acompanhado pela Defensoria Pública do Paraná. "Esse nosso debate junto a essas universidades foi intensificado no início desse ano especialmente porque houve aqui no direito brasileiro de uma convenção. Convenção interamericana contra o racismo, ela tem nível de emenda constitucional. Dentro dela existem inúmeras medidas e políticas de complementação e compensação histórica. dentre elas as políticas de afirmativas de cotas, voltadas para a educação", afirmou o defensor público e coordenador do Núcleo de Cidadania, Antonio Vitor Barbosa de Almeida. Para ele, o sistema de cotas raciais ajuda a diminuir a desigualdade e não pode ser visto como "privilégio", mas sim como "compensação histórica". Justiça determina matricula de aprovada em Medicina por cotas após UEM considerar que candidata não é parda "Isso não é um privilégio, um fator para facilitar apenas a população negra. É uma compensação histórica que tem que ser feita e isso tem que ser acompanhado com debate público qualificada para a gente entender que a população negra é colocada a margem, de lado, principalmente quando verifica tanto dados de ingresso no ensino superior como também de empregabilidade", explicou o defensor. VÍDEOS: Mais assistidos g1 PR Veja mais notícias da região em g1 Oeste e Sudoeste.
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