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Tribunal alegou 'readequação do quórum' para tomar decisão. Defesa de três acusados pela morte do menino em Guaratuba pede indenização e anulação de condenações. Julgamento agora está sem data definida. Revisão criminal do caso Evandro está marcada para esta quinta-feira (01) A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) retirou de pauta, nesta quinta-feira (1º), o pedido de revisão criminal do Caso Evandro, como ficou conhecido o desaparecimento de Evandro Ramos Caetano em Guaratuba, litoral do estado, em 1992. Em nota, a assessoria de imprensa do TJ-PR informou que a medida foi necessária "para possível readequação do quórum de julgamento". A assessoria explicou que não há uma nova data para o julgamento. Sete pessoas foram acusadas pelo desaparecimento de Evandro. Por mais de 20 anos, foram cinco julgamentos diferentes do caso. Um deles, realizado em 1998, foi o mais longo da história do Judiciário brasileiro, com 34 dias. Beatriz Abagge foi condenada por morte da criança Reprodução/RPC O pedido de revisão do processo criminal foi feito pela defesa de três acusados: Beatriz Abagge, Osvaldo Marcineiro e Davi dos Santos Soares. A defesa deles quer que as condenações sejam anuladas. "Nós pedimos a retirada de pauta. Foi uma decisão adequada do Tribunal", afirmou ao g1 o advogado Antônio Augusto Figueiredo Basto, que representa os três acusados. Os advogados também pedem uma indenização para os três condenados. A defesa afirma que há novas gravações que mostram a tortura por parte de agentes do estado responsáveis pela investigação do caso. Governo do Paraná faz carta com pedido de perdão por 'torturas' a Beatriz Abagge Caso Evandro: 'Diógenes é culpado por inventar tudo, criar essa história', diz pai de santo acusado pelo crime Identificação de ossada de menino desaparecido há 30 anos faz ressurgir história de criança que sumiu na mesma região do Paraná Podcast As provas usadas pela defesa foram exibidas no podcast "Projetos Humanos - O Caso Evandro", produzido por Ivan Mizanzuk e que depois virou série do Globoplay. Ivan Mizanzuk é o autor do podcast "Projetos Humanos - O Caso Evandro" Divulgação Quando os acusados foram julgados, as gravações com os trechos da tortura foram cortados. Através de uma fonte, Mizanzuk conseguiu as fitas originais e exibiu no podcast e na série, o que gerou uma reviravolta no caso. A defesa de Beatriz, Marcineiro e Soares diz que "a lei permite a revisão criminal quando, após a sentença, foram descobertas novas provas". Os advogados sustentam que a autenticidade dos áudios foi confirmada pelo mesmo perito que analisou as fitas na época. Caso Evandro Sete pessoas foram acusadas pelo desaparecimento de Evandro, em abril de 1992. Por mais de 20 anos, foram cinco julgamentos diferentes do caso. Um deles, realizado em 1998, foi o mais longo da história do Judiciário brasileiro, com 34 dias. Evandro Ramos Caetano, na época com seis anos, desapareceu no trajeto entre a casa e a escola, em Guaratuba Reprodução/RPC Na época, as Beatriz e Celina Abagge, mãe dela, foram inocentadas porque não houve a comprovação de que o corpo encontrado era do menino Evandro. O Ministério Público recorreu e um novo júri foi realizado em 2011. Beatriz, a filha, foi condenada a 21 anos de prisão. A mãe não foi julgada porque, como ela tinha mais de 70 anos, o crime já tinha prescrito. Os pais de santo, Osvaldo Marcineiro, Davi dos Santos Soares e Vicente de Paula, também foram condenados, na época, pelo sequestro e homicídio do garoto. Mais assistidos do g1 PR Leia mais em g1 Paraná.
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