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Tornozeleira de Silvinei Vasques é encontrada em banheiro de rodoviária no Paraguai

Dispositivo foi localizado na madrugada desta segunda-feira (29) em Ciudad del Este e passa a compor a cronologia da fuga do ex-diretor da PRF

Tornozeleira de Silvinei Vasques é encontrada em banheiro de rodoviária no Paraguai Créditos: Divulgação

A tornozeleira eletrônica vinculada ao ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques foi localizada na madrugada desta segunda-feira (29) em um dos banheiros da rodoviária de Ciudad del Este, no Paraguai, conforme informou a polícia local.

O equipamento seguia registrado no sistema brasileiro de monitoramento e foi identificado após troca de informações entre forças de segurança dos dois países. Ele deverá ser enviado ao Brasil para análise técnica.

Segundo a corporação paraguaia, o objeto foi localizado por agentes da 3ª Delegacia do bairro Obrero, que comunicaram o Comando Tripartite, mecanismo integrado de atuação entre Brasil, Paraguai e Argentina na região de fronteira.

A tornozeleira, homologada pela Anatel e associada a uma empresa brasileira de tecnologia, foi recolhida e permanece sob custódia das autoridades paraguaias até a conclusão dos trâmites oficiais.

A rota da fuga
De acordo com a Polícia Federal, Silvinei deixou sua residência em São José (SC) no período de Natal, momento em que o sinal da tornozeleira foi interrompido.

Na sexta-feira (26), ele acabou detido no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, quando tentava seguir viagem para El Salvador usando identidade falsa.

Durante a abordagem, apresentou documentos que não eram seus e uma declaração médica na qual alegava ter câncer no cérebro e dificuldades de fala.

O documento, atribuído a um hospital de Foz do Iguaçu, foi posteriormente contestado pela instituição, que apontou falhas formais e negou ter emitido a prescrição.

Após ser detido, Silvinei foi expulso do Paraguai, entregue à PF na Ponte Internacional da Amizade e levado à delegacia de Foz do Iguaçu, onde ficou sob custódia antes de ser transferido para Brasília para cumprir decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou sua prisão preventiva.

O ex-chefe da PRF foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal a mais de 24 anos de prisão, por atuação relacionada à interferência no processo eleitoral de 2022, incluindo operações em rodovias que atingiram de maneira direcionada determinados grupos de eleitores.

No Paraguai, exames biométricos confirmaram que a identidade apresentada não correspondia à sua, e ele admitiu o uso de documentação falsa.

A localização da tornozeleira em Ciudad del Este passa agora a integrar a apuração da tentativa de fuga, com atenção à logística do deslocamento e à eventual participação de terceiros, sobretudo na área de fronteira entre o Paraguai e Foz do Iguaçu.

A perícia brasileira deve verificar o estado do equipamento, os registros de movimentação e o momento exato em que houve a interrupção do monitoramento.

Até o fim da manhã, a Polícia Federal informava que ainda não havia recebido oficialmente o material.

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