Tiro no dorso da mão de adolescente morto pela GM em Curitiba condiz com lesão no crânio, afirma IML
Por Giuliano Saito
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Caio Lemes foi morto durante uma abordagem na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Defesa de GMs investigados diz que vai contratar assistente técnico para 'tirar possíveis dúvidas' sobre exame do IML. Laudo do IML aponta ferimentos no jovem Caio Lemes O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) feito no adolescente Caio José Ferreira de Souza Lemes, de 17 anos, morto em uma abordagem da Guarda Municipal de Curitiba, apontou que o tiro que acertou a mão esquerda dele pode também ter atingido a cabeça da vítima. O que se sabe sobre o caso Caio Lemes Familiares e amigos protestam contra morte de adolescente Caio morreu em 25 de março, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). No Boletim de Ocorrência (B.O.), o guarda que disparou diz que o adolescente tirou do boné uma faca de 25 centímetros, e que atirou para resguardar a própria vida. Três agentes faziam parte da equipe envolvida na abordagem que resultou na morte do adolescente: Edilson Pereira da Silva, autor do disparo, Anderson Bueno e Edmar Junior. Em depoimento à Polícia Civil, o guarda municipal Anderson Bueno revelou uma versão diferente do colega de corporação. Ele afirmou que Caio não portava uma faca, diferente do registrado no B.O. O laudo de necropsia do IML identificou "ferimento perfuro-contundente por projétil de arma de fogo com entrada no dorso da mão esquerda. Essa lesão tem o ângulo condizente com a lesão do crânio, o que pode sugerir a transfixação da mão e entrada no crânio". Para o advogado André Romero, que defende a família de Caio, o exame do IML mostra que o adolescente "não investiu contra os guardas" e que "resta comprovado que ele estava rendido quando foi atingido". Garoto de 17 anos estava no 3º ano do Ensino Médio Arquivo da família O advogado Rodrigo Cunha, que representa os guardas municipais investigados, afirmou que "vai indicar um assistente técnico para tirar qualquer dúvida sobre o laudo, que não afasta a tese e legitimidade da ação dos agentes". Dois guardas investigados A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar a morte de Caio Lemes. O agente Edilson Pereira da Silva, que teria atirado contra o adolescente, é investigado por homicídio culposo - quando não há intenção de matar - e fraude processual. O outro guarda, Edmar Junior, é investigado por fraude processual. O terceiro GM, Anderson Bueno, foi ouvido como testemunha. Veja também 'Que o nome dela não seja esquecido', diz mãe de jovem esfaqueada e estrangulada com cabo de carregador de celular Professor é preso suspeito de injúria racial contra estudantes durante aula sobre racismo em Ibiporã, afirma polícia 'Vamos avaliar a conduta deste segurança', diz delegada de inquérito que investiga denúncia de racismo contra professora em supermercado A defesa dos dois agentes afirmou que eles irão se pronunciar quando tiverem acesso a todas as peças, laudos e depoimentos do inquérito. Mais assistidos do g1 PR Leia mais em g1 Paraná.
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