Tesouro rejeita proposta de empréstimo aos Correios
Governo avalia condições e Correios devem apresentar contraproposta após oferta de 136% do CDI feita por consórcio de bancos
Créditos: Divulgação
O Tesouro Nacional recusou, na terça-feira (02), a proposta apresentada por um consórcio de instituições financeiras para um empréstimo de R$ 20 bilhões aos Correios. A justificativa é que a taxa de juros, 136% do CDI foi considerada elevada demais para uma operação garantida pela União. A informação foi confirmada pelo Poder360.
Segundo técnicos do Tesouro, as operações com garantia do governo costumam ter juros mais baixos, já que o risco de inadimplência para os bancos é mínimo. A equipe econômica trabalha com um teto de aproximadamente 120% do CDI para esse tipo de crédito e, por isso, rejeitou a proposta negociada pela estatal com cinco instituições financeiras.
O financiamento é apontado como peça central do plano de reestruturação dos Correios, que enfrenta uma crise financeira profunda. Entre janeiro e setembro deste ano, a empresa registrou prejuízo de R$ 6,1 bilhões, mais do que o dobro das perdas de 2024, que totalizaram R$ 2,6 bilhões.
Após a negativa do Tesouro, os Correios devem apresentar uma contraproposta aos bancos e aguardar nova rodada de negociações. Em nota ao Poder360, a estatal informou que sua Diretoria Executiva segue avaliando alternativas em conjunto com os ministérios para reforçar a liquidez imediata da empresa.
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Crise nos Correios
O governo federal projeta que os Correios encerrem 2025 com o maior prejuízo da sua história. A estimativa mais recente aponta um deficit primário de R$ 5,8 bilhões no ano, bem acima do rombo previsto anteriormente, de R$ 2,4 bilhões.
No fim de novembro, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que a deterioração das contas da estatal já provoca impacto negativo no resultado fiscal do 5º bimestre. Ele classificou o desempenho financeiro da empresa como “muito ruim” e reconheceu que o cenário é “grave”.
Durigan também destacou que o governo mantém diálogo constante com o presidente dos Correios, Emmanoel Schmidt Rondon, para definir medidas de ajuste. Ele admitiu que a situação pode levar a um contingenciamento maior no orçamento de 2026.
“Existe risco de ser ainda maior do que estamos vendo neste ano”, afirmou.
Em setembro, o secretário já havia indicado que a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não considera viável recorrer ao Tesouro para cobrir déficits recorrentes da empresa pública.
