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Tarifas de energia elétrica da Copel terão reajuste médio de 2,02%

O reajuste, segundo a companhia, será diferenciado conforme o perfil de consumo

Por Da Redação

Tarifas de energia elétrica da Copel terão reajuste médio de 2,02% Créditos: Albari Rosa/Arquivo AEN

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o reajuste tarifário anual da Companhia Paranaense de Energia (Copel). Com isso, a partir do dia 24 de junho, os consumidores atendidos pela distribuidora passarão a pagar, em média, 2,02% a mais na conta de luz. A Copel atende cerca de 5,23 milhões de unidades consumidoras em todo o Paraná.

O reajuste, segundo a companhia, será diferenciado conforme o perfil de consumo. Para os consumidores conectados em alta tensão, como grandes indústrias e centros comerciais, o aumento será de 2,99%. Já para os consumidores de baixa tensão, que englobam residências, pequenos comércios, propriedades rurais e iluminação pública, a variação será de 1,55%.

O índice aprovado considera dois grandes blocos de custos, tradicionalmente chamados de Parcela A e Parcela B. A Parcela A engloba custos que não estão sob controle direto da distribuidora, como encargos setoriais, aquisição e transporte de energia. Já a Parcela B refere-se a custos operacionais, depreciação e remuneração dos investimentos feitos pela companhia.

Neste ano, a Parcela A representou um impacto de +4,30% na tarifa, influenciada principalmente pelo aumento de 5,79% nos encargos setoriais, com destaque para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Essa alta foi parcialmente compensada por uma redução de 2,46% nos custos de transporte de energia.

Já a Parcela B teve impacto de +1,27%, refletindo a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,44% no período, além do chamado “Fator X”, um redutor de produtividade estabelecido em contrato (-0,03%). A Copel ainda cita abatimentos decorrentes de outras receitas operacionais, excedente de energia reativa e ultrapassagens de demanda que ajudaram a mitigar parte do aumento.

Compensações

Um fator que contribuiu para conter um reajuste mais elevado foi a devolução de R$ 864,5 milhões à tarifa, referente ao crédito de PIS/COFINS, garantido pela Lei Federal nº 14.385/2022. Esses valores fazem parte do Componente Financeiro e são utilizados para amortecer reajustes ao longo dos anos, conforme decisões da própria Aneel.

Segundo a agência reguladora, também pesaram no cálculo tarifário os custos com a compra e distribuição de energia e a retirada de componentes financeiros de processos anteriores, que haviam ajudado a reduzir o impacto em anos anteriores.

Quem será afetado

O reajuste atinge todos os consumidores atendidos pela Copel Distribuição, que é responsável pelo fornecimento de energia elétrica em praticamente todo o Paraná. As categorias afetadas são divididas da seguinte forma:

Alta Tensão (Grupo A): classes A1 (consumo acima de 230 kV), A2 (de 88 a 138 kV), A3 (69 kV) e A4 (entre 2,3 e 25 kV). Essa categoria inclui grandes consumidores, como indústrias e centros de distribuição.

Baixa Tensão (Grupo B): abrange as classes B1 (residencial e baixa renda), B2 (rural – agropecuária, cooperativas de eletrificação, serviço público de irrigação), B3 (comercial, serviços, poder público, consumo próprio) e B4 (iluminação pública).

Para o consumidor residencial padrão (classe B1), que representa a maior parte dos atendidos pela Copel, o impacto será mais próximo da média de baixa tensão, ou seja, 1,55% de aumento.

É importante diferenciar o Reajuste Tarifário Anual (RTA) da Revisão Tarifária Periódica (RTP). O reajuste, como o anunciado agora, é um processo mais simples, realizado anualmente nos anos em que não há revisão, e serve para corrigir a tarifa com base na inflação e nos custos do setor.

Já a revisão é um processo mais profundo, que ocorre a cada quatro ou cinco anos, e reavalia de forma ampla os custos operacionais, a qualidade do serviço prestado, metas de eficiência e perdas técnicas.

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