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Sócio de empresa de investimentos denunciado por golpes financeiros volta a ser preso após tentar coagir vítimas

Por Giuliano Saito


David Michel Gonçalves já foi denunciado pelo esquema. Segundo MP-PR, ao ser solto neste ano, empresário procurou vítimas dizendo que devolveria dinheiro caso elas não procurassem a Justiça. Um empresário denunciado por crimes ligados a golpes financeiros voltou a ser preso em Guarapuava, na região central do Paraná, depois de tentar coagir vítimas. De acordo com Ministério Público (MP-PR), David Michel Gonçalves procurou pessoas lesadas pelo esquema para dizer que a devolução do dinheiro seria feita caso elas não procurassem a Justiça sobre o caso. Ele havia sido preso em dezembro do ano passado em uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), mas foi liberado para responder em liberdade com uso de tornozeleira eletrônica. O novo mandado de prisão foi cumprido na quinta-feira (8). Cinco veículos de luxo foram apreendidos Eduardo Andrade/RPC O g1 tenta localizar a defesa de David. Segundo o Ministério Público, apesar da tentativa, 47 pessoas lesadas pelo esquema buscaram o órgão por terem sido enganadas com falsas promessas de pagamento. Ao todo, na empresa em que é sócio, o MP-PR aponta 94 vítimas. Nas investigações, o MP-PR também apurou que o empresário continuou a realizar operações ilegais no mercado financeiro na tentativa de conseguir mais dinheiro. Ele chegou a estabelecer uma nova sede da empresa na residência do irmão dele. O local foi algo de busca e apreensão na quinta. Além da prisão, a Justiça também autorizou o sequestro e apreensão de quase R$ 7 milhões da empresa da qual David é sócio. O dinheiro deve ser utilizado para ressarcir as vítimas. Como funcionava o esquema Além de David, na operação em que ele foi denunciado, outras 11 pessoas também tiveram denúncias oferecidas pelo MP-PR, entre funcionários e outros empresários. Duas empresas são apontadas como participantes do esquema que fez pelo menos 400 pessoas vítimas. O grupo vai responder por crimes como organização criminosa, lavagem de dinheiro, estelionato e falsidade ideológica. As investigações apontam que eles captaram quase R$ 40 milhões de investidores com promessas de rendimentos financeiros elevados. Segundo o Gaeco, as vítimas recebiam promessas de investimentos de alta rentabilidade em operações na bolsa de valores, com lucros variando entre 4% e 12% ao mês. Contudo, auditorias revelaram que as empresas apresentavam prejuízos milionários em operações de day trade (modalidade de negociação que objetiva lucros com variação no dia). O esquema era diferente de uma pirâmide financeira, conforme o MP-PR, pois não exigia que as vítimas fizessem com que outras pessoas também investissem. Neste caso, de acordo com o órgão, os denunciados induziam o investidor ao erro e usavam os valores recebidos de novos clientes para remunerar os outros mensalmente. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 PR Veja mais notícias da região em g1 Campos Gerais e Sul.