Soja lidera exportações nos portos do Paraná e movimenta US$ 5,2 bilhões entre janeiro e outubro
Movimentação cresceu 60% em outubro; China segue como principal destino e obras devem ampliar capacidade em Paranaguá.
Créditos: Claudio Neves/Portos do Paraná
A soja em grão foi o produto mais exportado pelos portos do Paraná entre janeiro e outubro de 2025, segundo relatório operacional divulgado nesta segunda-feira (24). Nesse período, foram embarcadas 13 milhões de toneladas, o equivalente a US$ 5,2 bilhões em valor FOB. O volume representa 21,2% de toda a carga movimentada no Estado, que somou 61,2 milhões de toneladas.
O Brasil mantém a liderança mundial na exportação do grão, e o Paraná tem papel estratégico nesse cenário. Cerca de 91% da soja embarcada em Paranaguá tem como destino a China, que aumentou a demanda após reduzir compras dos Estados Unidos em meio a disputas tarifárias.
Outubro cresce 60% e porto opera com 15 terminais
O embarque de soja registrou forte alta em outubro: foram 815 mil toneladas, um crescimento de 60% em relação ao mesmo mês do ano passado. O transporte do grão atualmente envolve 15 terminais habilitados no Estado.
Entre os fatores que impulsionaram a exportação estão a safra recorde brasileira e a demanda asiática, fator que tem elevado o uso dos portos paranaenses.
Paraná também se destaca em farelo e óleo de soja
O chamado complexo soja também tem peso na economia local. No farelo, Paranaguá é o segundo porto do país, com 5,5 milhões de toneladas exportadas neste ano, aumento de 3% ante 2024. O produto, usado na produção de ração, tem como principais destinos Países Baixos, França, Espanha e Coreia do Sul.
Já no óleo de soja, o porto lidera o ranking nacional: 63% de toda a exportação brasileira saiu de Paranaguá até outubro, com mais de 860 mil toneladas enviadas para outros países.
Megainvestimentos devem ampliar capacidade e reduzir custos
O porto se prepara para ampliar ainda mais a movimentação de grãos. Três obras devem impactar diretamente a logística da soja:
Moegão
Previsto para 2026, o projeto vai centralizar o descarregamento ferroviário para 11 terminais. A capacidade passará de 550 para 900 vagões por dia, com potencial para movimentar 24 milhões de toneladas por ano.
Píer em “T”
Com quatro novos berços, permitirá carregamento ultrarrápido: a estrutura atual pode transferir 3 mil toneladas por hora; o novo sistema poderá chegar a 8 mil toneladas por hora.
Aprofundamento do canal
Com a concessão do Canal de Acesso, o calado máximo passará de 13,3 m para 15,5 m, permitindo navios maiores e carga extra de 14 mil toneladas por viagem, sem custo adicional.
