'Sheik dos Bitcoins': empresário alvo de operação ostentava vida de luxo com mansão, aviões e carros importados; veja vídeos
Por Giuliano Saito
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'Estamos fazendo o cálculo da garagem. Nas nossas contas, deu R$ 9,5 milhões', diz Francisley Valdevino da Silva em um dos vídeos; PF investiga suspeita de fraudes com criptomoedas. 'Sheik dos Bitcoins': empresário alvo de operação da PF ostentava vida de luxo Vídeos gravados por Francisley Valdevino da Silva, conhecido como "Sheik dos Bitcoins", mostram o empresário investigado pela Polícia Federal (PF) ostentando uma vida de luxo, com mansão no litoral, carros importados e aviões. Nas imagens, Francisley passeia pelo interior de uma casa de frente para o mar e comenta sobre a coleção de carros estacionados na garagem, além de viagens em aviões particulares e helicópteros. Assista, no vídeo acima. "Estamos fazendo o cálculo aqui da garagem. Nas nossas contas, deu R$ 9,5 milhões, os que estão lá, se eu não superfaturar", diz o empresário em um dos vídeos. A Operação Poyais, da Polícia Federal, aponta que o suspeito e o grupo comandado por ele movimentaram cerca de R$ 4 bilhões no Brasil por meio de fraudes envolvendo pirâmide financeira com comercialização de criptomoedas, lavagem de ativos e crimes contra o sistema financeiro. 'Sheik dos Bitcoins': Quem é o suspeito de liderar fraudes bilionárias no Brasil e no exterior Vítima do 'Sheik dos Bitcoins', Sasha Meneghel perdeu cerca de R$ 1,2 milhão com fraudes envolvendo criptomoedas, diz PF No início de outubro, policiais apreenderam barras de ouro, dinheiro em espécie, joias, carros, relógios de luxo e outros bens em endereços ligados a Francisley Silva e a outros investigados. Veja lista de itens apreendidos. 'Sheik dos Bitcoins': empresário alvo de operação ostentava vida de luxo, segundo a PF Reprodução Grande parte do dinheiro arrecadado pelo grupo era usado para a compra de imóveis caros, embarcações, reformas, roupas de grife, joias, viagens e outros gastos de alto custo, segundo a PF. 'Vai que a polícia me chama' Em um trecho dos vídeos, o "Sheik dos Bitcoins" mostra roupas, bolsas, calçados e relógios de grife exibidos em uma cama e comenta: "E aí galera. De vez em quando é bom, né. Fazer umas comprinhas". Vídeos mostram ostentação de vida de luxo do 'Sheik dos Bitcoins', segundo a polícia Reprodução Francisley gravou um outro vídeo em que cita a possibilidade de ter que esclarecer à polícia as ações do grupo. "Como eu sou o chefe dos 'piramideiros', né velho, vou começar a ler esses negócios, porque vai que a polícia me chama. Eu tenho que responder certinho para os caras, né. Olha, mano, o cabelinho, 'top', olha. Ficando bonito", disse no vídeo. Empresário conhecido como 'Sheik dos Bitcoins' gravava vídeos ostentando aeronaves e outros itens de luxo Reprodução O empresário aparece, em outro vídeo, mostrando uma sala com computadores, equipamentos e decoração de jogos eletrônicos. Ainda em vídeo, o investigado registrou um "tour" pela mansão onde mora: "Na minha humilde residência, no puxadinho no morro, onde eu falei para você vir. Bem bacana. Tem sauna ali, tem ofurô, com essa vista aqui. Deus honra a gente". Mansão do 'Sheik dos Bitcoins' era ostentada em vídeos Reprodução/RPC O grupo comandado por Francisley responde por crimes de estelionato, lavagem transnacional de dinheiro e organização criminosa, conforme informado pela polícia. LEIA TAMBÉM PF apreende barras de ouro, carros e relógios de luxo em casas do 'Sheik dos Bitcoins' e de outros investigados por fraudes de até R$ 4 bilhões Operação mira organização investigada por fraudes bilionárias no Brasil e no exterior sob comando do 'Sheik dos Bitcoins' O esquema de fraudes causou prejuízo de cerca de R$ 1,2 milhão à Sasha Meneghel e ao marido dela, o cantor João Figueiredo, de acordo com a investigação. Além do casal, jogadores de futebol que não tiveram os nomes informados também foram vítimas dos golpes, conforme a polícia. Em nota, Francisley disse que "está à disposição para esclarecimentos à polícia". Leia a nota ao final da reportagem. Operação da PF mira organização investigada por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas no Brasil e no exterior Divulgação/Polícia Federal Investigação internacional O delegado Filipe Hille Pace, da PF, disse que a investigação começou em março deste ano, depois de um pedido de cooperação policial internacional, feito pela Interpol, com solicitação da Homeland Security Investigations (HSI), do Department of Homeland Security da Embaixada dos EUA em Brasília. O pedido informava sobre uma investigação no exterior que identificou uma organização criminosa, liderada por Francisley Valdevino da Silva, de Curitiba, suspeita por fraudes. A investigação apontou que a quadrilha aplicava golpes no Brasil e no exterior, desde 2016. O "Sheik dos Bitcoins" possuía mais de cem empresas abertas no Brasil vinculadas a ele. Com esse grupo empresarial, as fraudes eram aplicadas nacional e internacionalmente. Operação da PF fez buscas contra grupo investigado por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas no Brasil e no exterior Divulgação/Polícia Federal O grupo atuava no Brasil com o aluguel de criptomoedas com pagamento de remunerações mensais que poderiam alcançar até 20% do capital investido. Conforme a polícia, milhares de vítimas foram lesadas por confiarem nos serviços prometidos pelas empresas, que alegavam vasta experiência no mercado de tecnologia e criptoativos. Eles afirmavam possuir uma grande equipe de traders que realizariam operações de investimento com as criptomoedas alugadas e garantindo que, assim, iriam gerar lucros. A operação apontou que o empresário contava com membros da família dele nas fraudes. Os familiares eram funcionários das empresas e se apropriavam dos valores investidos pelas vítimas. No exterior, segundo a PF, a organização criminosa atuava com marketing multinível, nos Estados Unidos e em outros 10 países. Os investigados chegavam a criar e comercializar criptomoedas próprias, por meio das empresas, com promessas de pagamento de retornos mensais extravagantes. Porém, segundo a investigação, os criptoativos não possuíam lastros e não tinham liquidez no mercado. Sheik dos bitcoins movimentou cerca de R$ 4 bilhões só no Brasil O que diz o suspeito A defesa de Francisley Valdevino da Silva afirmou que a operação deflagrada pela Polícia Federal é "medida usual em procedimentos investigatórios dessa natureza". O suspeito também disse que está disponível para prestar esclarecimentos na esfera judicial e extrajudicial "com escopo de comprovar a efetiva regularidade e licitude das operações empresarias, bem como de todas minhas condutas". Assista aos vídeos mais acessados do g1 PR Veja mais notícias do estado em g1 Paraná.
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