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SANEPAR: Abastecimento volta a normalidade depois de dias sem água 

Moradores de Ponta Grossa voltam a receber água nas torneiras depois do desabastecimento 

Por Gazeta do Paraná

SANEPAR: Abastecimento volta a normalidade depois de dias sem água  Créditos: Divulgação

 

Depois de vários dias sofrendo com a falta de desabastecimento de água em Ponta Grossa, moradores que vinham utilizando bicas ou buscando socorro em prédios com postos artesianos tiveram o retorno do abastecimento nas casas.

A cidade conta com aproximadamente 370 mil habitantes e, segundo a Sanepar, pelo menos 70% do município foi afetado com o corte nos últimos dias. Desde 13 de fevereiro os consumidores vêm sofrendo com a oscilação do abastecimento de água, mas a situação piorou nas últimas semanas. No domingo passado, os moradores voltaram a ficar sem água. Na segunda e terça-feira também, a prefeitura fechou as portas por conta do desabastecimento. 

Além dos prédios públicos, o Hospital Universitário da UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa) teve que priorizar apenas as cirurgias de urgência e emergência. Através de um comunicado informou que seria feito o reagendamento de cirurgias eletivas, devido ao baixo nível de água nos reservatórios da unidade hospitalar. 

A prefeitura de Ponta Grossa afirmou que pelo menos 21 escolas e creches dispensaram os alunos por conta da falta de água nos prédios. Segundo o NRE (Núcleo Regional de Educação), 60% dos colégios estaduais apresentaram problemas com o desabastecimento. 

A Sanepar (Companhia Paranaense de Abastecimento) justificou que em meados de fevereiro teve uma frequência de dias quentes, o que já tinha ocorrido no ano passado. Mas a companhia alega que a retomada das aulas e volta do comércio mais ativo no mês passado com vários dias de calor intenso, 

Foi uma sequência de dias quentes por muitos dias. Quando amenizou após o carnaval conseguiu suspender os rodízios de água por alguns dias. 

Em nota, a companhia disse que a produção de água tratada foi 100% em Ponta Grossa.  Voltou de forma gradativa na terça-feira (18) e na manhã de ontem (19) já tinha atingido 90% das ligações. 

“O sistema ainda conta com o apoio de 17 caminhões-pipa para o abastecimento dos clientes prioritários da área de saúde e educação, em caso de necessidade, e também estão auxiliando no reabastecimento das redes de distribuição de água nos pontos mais distantes dos centros de preservação. Como o sistema ainda está em recuperação, no decorrer do dia poderá ocorrer baixa pressão ou intermitência no abastecimento, de acordo com a dinâmica de consumo, afirma a Sanepar.

As constantes reclamações em relação aos serviços prestados pela Sanepar  e também pela constante falta de água em toda a cidade, levou um grupo de vereadores  do Município a criar a CPI (Comissão Parlamentar de Investigação). Os relatórios serão encaminhados para o Tribunal de Contas, Ministério Público e Agepar.

O que diz a Prefeitura de Ponta Grossa

A prefeita Elizabeth Schmidt (União) solicitou formalmente à Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) a isenção das tarifas referentes ao abastecimento de água no período equivalente a, no mínimo, três meses para todos os consumidores de Ponta Grossa, em razão das interrupções e manobras no fornecimento que têm prejudicado milhares de cidadãos.

A Agência Reguladora do Paraná (AGEPAR) foi novamente notificada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente para adotar providências urgentes diante da situação. 

Como medida de fiscalização, a Prefeitura de Ponta Grossa estará aplicando as sanções previstas em lei, como multa correspondente a 10% do faturamento bruto da Companhia.

"Nossa paciência já acabou. Ninguém pode ficar mais nenhum dia sem água. Por isso, estamos aplicando sanções à empresa e solicitando formalmente a isenção das tarifas de período equivalente a no mínimo três meses para todos que residem em Ponta Grossa”, afirmou a prefeita.

 

Algumas das medidas adotadas pela Prefeitura:

- Notificação oficial à AGEPAR, destacando o descumprimento do contrato e exigindo que a agência reguladora intervenha.

- Cobrança direta à SANEPAR, exigindo explicações urgentes sobre a falta de comunicação e divergências na divulgação dos bairros afetados.

- Prazo improrrogável de 24 horas para que a SANEPAR se manifeste e justifique os problemas apontados.

Eliane Alexandrino/Gazeta do Paraná