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Pagamentos indevidos do BPC superam em quase três vezes rombo investigado na “farra do INSS”

Entre 2019 e 2025, INSS detectou R$ 16,4 bilhões em irregularidades no benefício assistencial

Por Gazeta do Paraná

Pagamentos indevidos do BPC superam em quase três vezes rombo investigado na “farra do INSS” Créditos: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O valor gasto pelo governo federal com pagamentos indevidos do Benefício de Prestação Continuada (BPC) é quase três vezes maior do que o total sob investigação na chamada “farra do INSS”, que apura possíveis descontos irregulares na folha de aposentados e pensionistas.

Dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) revelam que, entre 2019 e 2025, foram mapeados R$ 16,4 bilhões pagos de forma indevida ou parcialmente indevida no BPC — benefício assistencial destinado a idosos com 65 anos ou mais e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade social.

Já a operação Sem Desconto, da Polícia Federal, investiga cerca de R$ 6,3 bilhões em descontos supostamente aplicados sem autorização nos benefícios previdenciários. O montante, entretanto, pode ser menor em termos de prejuízo efetivo, pois apenas parte dos valores sob análise teria sido descontada irregularmente.

O BPC garante o pagamento mensal de um salário mínimo a idosos e pessoas com deficiência cuja renda per capita familiar seja igual ou inferior a 25% do piso nacional. Para pessoas com deficiência, é exigida avaliação médica e social pelo INSS, a fim de constatar se há limitações que restrinjam a participação plena na sociedade em condições de igualdade.

Enquanto a “farra do INSS” expôs descontos possivelmente fraudulentos promovidos por entidades que abocanharam parte do rendimento de aposentados e pensionistas, os dados sobre o BPC revelam uma pressão bilionária sobre os cofres públicos. O valor irregular detectado no benefício assistencial é quase o triplo do investigado na operação policial, evidenciando o impacto fiscal das fraudes ou falhas nos mecanismos de controle.

As autoridades seguem apurando tanto os desvios ligados ao BPC quanto os descontos suspeitos na folha de pagamento de segurados, buscando recuperar recursos e fortalecer a fiscalização sobre o sistema previdenciário e assistencial.

Com informações do Portal Metrópoles

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