Ponto 14

Ratinho Junior, candidato ao Governo do Paraná, é entrevistado pela RPC

Por Giuliano Saito


Candidato à reeleição ao Governo do Paraná pelo Partido Social Democrático (PSD) é o quarto a participar da série de entrevistas do Meio-Dia Paraná. Ratinho Junior (PSD) em entrevista ao Meio-Dia Paraná Giuliano Gomes/PRPress Ratinho Junior, candidato à reeleição ao Governo do Paraná pelo Partido Social Democrático (PSD), afirmou em entrevista à RPC nesta quinta-feira (15) que vai "normalizar" a fila de cirurgias eletivas em menos de um ano no Paraná, caso reeleito. Segundo Ratinho Junior, com o sistema de saúde reforçado, é possível que o serviço seja descentralizado e mais próximo à população. O candidato também defendeu os Processos Seletivos Seriados (PSS) para a educação e garantiu que vai tirar o Paraná da lista dos três estados que mais desmatam Mata Atlântica no Brasil. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram A participação de Carlos Massa Ratinho Junior é parte de uma série de entrevista com os cinco candidatos ao Governo do Paraná mais bem colocados na pesquisa Ipec, divulgada em 23 de agosto. Ana Carolina, Wilson Soler e Carolina Wolf questionam os políticos sobre temas relevantes para o futuro do estado, ao vivo, no Meio Dia Paraná, a partir das 11h45, com transmissão do g1. Cada entrevista tem duração de 20 minutos. Confira a ordem dos entrevistados definida por sorteio: 12/09 - Joni Correa (DC) - Veja como foi. 13/09 - Roberto Requião (PT) - Veja como foi. 14/09 - Professor Ivan (PSTU) - Veja como foi. 15/09 - Ratinho Júnior (PSD) 16/09 - Professora Ângela (PSOL) Confira a entrevista na íntegra: Eleições: veja a íntegra da entrevista do candidato ao governo Ratinho Jr. (PSD) MDPR: Nossa primeira pergunta é o pedágio. Todo mundo sabe que essa é uma discussão complexa e que não se resolve de uma hora pra outra. Mas o fim da concessão, que já estava previsto há mais de 20 anos, aconteceu no seu governo. O senhor sempre disse que as tarifas cairiam pelo menos para a metade do preço. Se eleito, o senhor garante que isso vai acontecer, e em quanto tempo? Ratinho Junior: Ana Carolina, um prazer estar com você, com o Soler, com a Carol, com todos aqueles que nos acompanham em todo o estado do Paraná, uma alegria poder de alguma maneira prestar contas do trabalho que estamos e também falar do futuro do estado para a nossa população. Primeiro, importante lembrar a população que o pedágio do Paraná, que hoje não existe mais, no passado foi plataforma de muita mentira, mentiram muito para a população, mentiram que ia abaixar, que ia acabar, tiraram obras dos contratos, escândalos de corrupção, e eu resolvi dar fim a esse contrato antigo que prejudicou muito o desenvolvimento do estado. Além de dar fim no contrato, além de acabar com esse contrato de pedágio que prejudicou o nosso estado, que teve corrupção e muita mentira política, eu também resgatei, com o apoio do Ministério Público Federal e com apoio da Justiça Federal, 1 bilhão e 300 milhões de obras que tinham tirado dos contratos e que hoje nós entregamos para a população. Vou dar alguns exemplos: Trevo Cataratas, que é o maior entroncamento do sul do país, nós entregamos as obras, obras que tinham sido tiradas dos contratos e eu exigi que fosse feita; o Viaduto do Sabará, em Ponta Grossa, que pega a Souza Naves, um dos perímetros urbanos que mais tinha acidentes; a entrada de Castro; a duplicação da Rodovia do Café, que antes era 80, 90 km e, hoje, falta 40 quilômetros. Obras que tiraram do contrato e que poderiam ter salvo muitas vidas. MDPR: Isso não estava previsto no acordo de leniência? Ratinho Junior: Acordo de leniência só acontece se o governo quiser. Se o governo não quiser, não acontece, passa pela Procuradoria Geral do Estado. E quem exigiu qual obra e onde seria a obra foi o Governo do Estado, foi o meu governo, foi uma decisão minha com o secretário de Infraestrutura, com a Polícia Rodoviária Federal e com a Polícia Rodoviária Militar (PRE). Pegamos os perímetros urbanos que mais tinham acidentes no estado e nós exigimos que acontecessem essas obras. Nós resgatamos essas obras, junto, como eu falei, com o Ministério Público Federal e com a Justiça Federal, e automaticamente devolvendo à população aquilo que retiraram dos contratos no passado, que mentiram e, além de tudo, tinha muita corrupção. Essa novela do pedágio, que foi usada politicamente para muita gente enriquecer e muita gente até ganhar eleição, nós acabamos. O que que é a nossa proposta junto com o Governo Federal, porque passa pelo Ministério da Infraestrutura? 80% das rodovias do estado que estão nos pacotes das novas concessões são rodovias federais, pertencem ao Governo Federal. O que nós estamos fazendo é estar construindo uma modelagem que possa ser boa para o futuro do Paraná. Nós queremos ter estradas duplicadas de Foz do Iguaçu a Curitiba, de Guaíra a Curitiba, de Jacarezinho a Curitiba, que ajude o progresso do estado, até porque a nossa produção agrícola vem dobrando a cada quatro, cinco anos, a nossa produção industrial vem crescendo em uma média de 6 a 9% ao ano. Não podemos mais ter estradas como era na década de 80, então nosso modelo de sugestão e de proposta que nós fazemos, e que está no Tribunal de Contas da União, primeiro: bolsa de valores, para empresa picareta não participar dessas concessões, nós não queremos empresas picaretas, queremos empresas que consigam honrar os contratos; segundo: nós tiramos a outorga, que era algo que encarecia os preços de pedágio; terceiro: nós queremos o modelo de menor preço, aquela empresa que der a menor tarifa, ela vai ter o direito de ganhar essa concessão; quarto: que tenha obra, apenas o preço justo não adianta para o Paraná, nós queremos obras, duplicações, contornos, viadutos, que somam 55 bilhões de reais para o nosso estado. MDPR: Mas a análise no Tribunal de Contas da União acabou atrasando. Com isso, inclusive, o preço da tarifa que vai a leilão já sofreu aumento, pela própria análise da ANTT – 30% no lote 1 e 27% no lote 2. É possível realmente ter uma tarifa 50% mais barata, como o senhor tem dito e em quanto tempo? Ratinho Junior: Aí depende do Tribunal de Contas da União porque ele que faz toda essa regulamentação e analisa se a proposta é realmente correta, se as obras que estão ali são realmente necessárias, e quem vai dizer o preço é justamente o leilão. Quando nós fazemos a proposta de fazer o leilão do menor preço, é para justamente que mais empresas participem e aquelas que tiverem a menor tarifa proposta para o estado ganhe essa concorrência. É importante lembrar que nós temos praças, inclusive nos estudos, que chegam a mais de 50%. Tem praças, por exemplo, de Jataizinho, Jacarezinho, que chega a 65%, então nós vamos ter uma média que possivelmente vai chegar muito próximo de 50%, e em algumas praças até passar de 50%, que é o mais importante. Mas como eu falo e reitero aqui, tão importante quanto o preço, que tem que ser justo com o paranaense, é ter obras. Não adianta a gente pagar um preço igual o de Santa Catarina, R$ 4, R$ 5, R$ 6 e não ter duplicações. Nós precisamos de obras. MDPR: Sob a sua administração o governo do estado decidiu terceirizar a contratação dos funcionários das escolas estaduais, como inspetores, merendeiras, os PSS. Nós chegamos a mostrar, no início do ano, que houve atraso nos processos de escolha dessas empresas e que foi necessário fazer um contrato emergencial sem licitação durante um ano. De acordo com dados da própria Secretaria de Educação, em 2019, o estado gastou R$ 314 milhões nas contratações diretas com funcionários PSS. Hoje, de acordo com o portal da transparência, o governo tem 37 contratos em vigor, com 15 empresas, ao custo de R$ 532 milhões, quase 70% a mais que o custo de quando eram contratados por PSS. Não houve economia de dinheiro público, portanto. Porque houve essa mudança na forma de contratação já que não houve economia para os cofres públicos? Ratinho Junior: Porque você não colocou aí o custo que nós temos com 30% dos funcionários que apresentavam atestado médico e, na sua grande maioria, não estavam doentes MDPR: Isso justifica o aumento de 70% na contratação? Ratinho Junior: Justifica porque você tem que contratar mais gente. Segundo, você não colocou aí também que muitos desses PSSs entram com ações trabalhistas e o estado estava perdendo todas as ações trabalhistas. Temos ações trabalhistas aí que estão chegando a mais de R$ 150 milhões, muitas vezes pelo volume de pessoas que entram como PSS, mas querem ter o direito de quem tem carteira assinada, como se fosse um CLT. É muito mais barato para o estado, primeiro, você não ter funcionário que está, muitas vezes, com falta por questões de atestado médico, porque quando você terceiriza, se uma merendeira faltou hoje, no outro dia, a empresa tem que colocar uma outra merendeira à disposição dos alunos para fazer essa refeição. Hoje, no PSS, faltou uma merendeira, você não tem como repor, então você dá uma dinâmica muito maior. Você tem que analisar não apenas o custo do valor, que, claro, é muito importante, mas a eficiência da máquina pública... vou te dar um exemplo: nós estamos hoje com o maior programa de merenda do país, chamado Mais Merenda - são três merendas por período. Hoje, o jovem entra na escola, se alimenta, no recreio se alimenta de novo e vai embora alimentado com a barriga cheia. Nós tivemos que triplicar o volume de serviço dessas merendeiras, dessas profissionais que trabalham na cozinha e, automaticamente, é um programa que fazemos que temos muito orgulho porque dá segurança alimentar para os alunos, então você também teve um incremento do volume de funcionários para atender. É diferente uma merendeira trabalhar para fazer refeição para um período, agora tem que trabalhar para fazer três refeições por período, então você tem um volume muito maior de serviço. MDPR: Rapidamente, dados oficiais mostram aumento de mais de R$ 200 milhões de gastos. O senhor disse que houve uma economia. Qual é a economia então? Ratinho Junior: Você está fazendo cálculo, Carol, com todo respeito, mas você está fazendo cálculo da contratação momentânea. Se você colocar, juntar, as ações trabalhistas, que muitas vezes não é no dia, não é no ano, depois a pessoa foi mandada embora e entra com uma ação dois anos depois, essa ação vai correr e estourar nas contas do estado. Quando você faz esse cálculo do que acontece de ação trabalhista, desses funcionários que, muitas vezes, acabam tendo atestado e não conseguem repor essa falta por algum atestado médico e assim por diante, quando você junta tudo isso você consegue ver que a contratação de uma empresa terceirizada tem avanço. Vou te falar um exemplo do que estamos no Detran. O Detran, hoje, com os pátios que estamos cedendo às iniciativas privadas, vai nos economizar R$ 18 milhões. Sabe quantos policiais eu tenho cuidando de pátio de Detran, de carro velho? 600 policiais. Policiais que o estado bancou, que a população pagou salário para ele, treinamento e ele fica cuidando de carro velho. Esse policial tem que estar na rua. O que eu vou fazer? Terceirizar para que um vigilante de uma empresa terceirizada possa cuidar desses carros. Isso é uma visão moderna da máquina pública e é isso que estamos fazendo. MDPR: Agora falando de saúde. De acordo com números da Secretaria Estadual de Saúde, temos aí perto de 300 mil consultas para cirurgias com especialistas que estão represadas. Há, historicamente, no país, e o Paraná não escapa disso, uma dificuldade de contratar profissionais para que trabalhem em todas as regiões do estado, especialmente nas regiões mais distantes, por assim dizer. Como é o que o senhor pode estabelecer um compromisso para resolver essa fila ou acabar com essa fila, deixar essa fila dentro de um número factível, e fazer com que médicos e profissionais da saúde fiquem onde tem que ficar? Ratinho Junior: Soler, nós já estamos fazendo. Nós lançamos um programa chamado Opera Paraná. Justamente porque a pandemia... o nosso foco, o que que era? Era cuidar das pessoas que precisavam de leitos de UTI. Você não podia parar um hospital, que estava focado no UTI, para fazer uma cirurgia de joelho, uma cirurgia ortopédica, que a gente sabe que é importante para a pessoa, mas não vai levar ela à morte. Nós tivemos que fazer essa escolha de cuidar do Covid, acidentes de trânsito, questões cardíacas, que é muito mais grave. Nós lançamos, em dezembro do ano passado, um programa, que é o Opera Paraná. R$ 150 milhões, mutirões de cirurgias eletivas em todos os hospitais filantrópicos, hospitais públicos e hospitais privados que atendem SUS para justamente diminuir essa fila. Nós, nesses primeiros 7, 8 meses do ano, nós fizemos mais de 256 mil cirurgias no estado do Paraná. O Mutirão da Saúde, por exemplo, com o comboio da saúde, que são cirurgias de cataratas, que também tinha uma fila, hoje estamos próximos de zerar essa fila, em especial de pessoas mais idosas, que é quem realmente tem esse tipo de problema. Nós estamos fazendo um volume de mutirões muito forte para justamente colocar essa fila em um padrão aceitável e, automaticamente, que as pessoas diminuam esse tempo de espera, mas é um desafio porque ficamos dois anos de pandemia. Normalmente, você á tem um acumulo de 100 a 130 mil cirurgias por ano, se não tivesse nenhum ambiente de crise de saúde mundial como nós tivemos, então isso se acumulou, mas eu acredito que com o trabalho que nós estamos fazendo em parceria com os hospitais, com as entidades filantrópicas e com os investimentos que nós estamos fazendo de R$ 150 milhões, e nesse semestre vamos dar um complemento para também fortalecer esse programa Opera Paraná, eu tenho certeza que rapidamente vamos conseguir colocar essa fila em ordem. Lembrando, nós abrimos hospitais de Ivaiporã, abrimos hospital de Guarapuava, abri o hospital de Telêmaco Borba, que estava fechado desde 2009, foram feitas as paredes, não tinha projeto de UTI, não tinha projeto de UTI neonatal, nós implantamos e hoje é um hospital regional, abrimos UTI em Colorado, Laranjeiras do Sul, Prudentópolis, Assis Chateaubriand, Goioerê, cidades que jamais imaginavam ter um leito de UTI, que tinham que andar 150, 200, 300 quilômetros para ser atendido. Então nós estamos reforçando muito o sistema de saúde, até para, automaticamente, fazer com que a saúde fique descentralizada e mais próxima das pessoas. MDPR: Um ano deve acabar com essa fila? Ratinho Junior: Eu acredito que em até menos a gente normaliza ela. Fila nunca acaba, você tem todo dia gente precisando fazer cirurgia, mas em menos de seis, oito meses, a gente consegue normalizar essa fila. MDPR: Candidato, durante o seu governo houve diminuição de homicídios, mas aumentou o número de mortes em confrontos com a polícia. Em abril a Defensoria Pública, MP, TJ, OAB e UFPR entregaram ao senhor um ofício sugerindo a adoção de câmeras nos coletes dos policiais e nas viaturas da PM. Inclusive a gente tem um dado aqui, em São Paulo, no estado de São Paulo, depois da implantação das câmeras o número de mortes em confrontos caiu 32%. Aqui no Paraná, o senhor pretende instalar câmeras nos coletes e nas viaturas da polícia? Uma segurança para os policiais e para a população. Ratinho Junior: Ana Carolina, isso é um projeto que já está sendo inclusive estudado pela corporação da nossa Polícia Militar. Nós já estamos construindo um projeto teste para a Polícia Rodoviária Militar, claro que isso depende de um orçamento. O investimento chega a ser 20 milhões de reais. Mas é o futuro, nós não temos como ir contra isso. É uma necessidade. Como você mesma falou, é uma segurança para o policial e é uma segurança para o cidadão também que vai ter qualquer tipo de prova se tiver um abuso policial. Então nós estamos já fazendo um projeto piloto para a Polícia Rodoviária Militar com alguns equipamentos e já preparando o orçamento do ano que vem para esse investimento de 20 milhões. É importante registrar, nós diminuímos o número de homicídios no Paraná. Nós temos hoje o menor número dos últimos 15 anos de homicídios no estado. Nós implantamos o projeto Olho Vivo, que são câmeras, três mil câmeras no estado. Implantamos o projeto Falcão, implantamos o projeto Vigia na divisa com o Mato Grosso do Sul. Batalhão de Fronteira com Guaíra, Santo Antônio do Sudoeste, Marechal Cândido Randon. Nós equipamos a nossa Polícia Militar, hoje com carros semi blindados, com viaturas para a Patrulha Rural, Patrulha Ambiental. 250 motos de 800 cilindradas para dar mais velocidade na abordagem dos policiais. MDPR: Com relação às câmeras, a gente tem um prazo, quando a gente vai ver? Ratinho Junior: O prazo é o ano que vem com o orçamento preparado. Todos esses grandes investimentos você precisa fazer um planejamento orçamentário. Então nós estamos organizando esse ano, nós temos a LDO que vai ser aprovada na Assembleia Legislativa nos próximos dias, meses possivelmente. E no final do ano, no mais tardar novembro, dezembro, aprovado o orçamento para o ano que vem. Isso já está planejado no orçamento da Polícia Militar para que a gente possa no ano que vem fazer a licitação da contratação. Porque não é qualquer tipo de câmera, é uma câmera especial. Ela tem que gravar 24 horas e armazenar isso uma semana. Então você tem todo um equipamento de software, de inteligência que vai atrás desses equipamentos que vão junto com os policiais. MDPR: Candidato, o senhor costuma dizer que o Paraná é o estado mais sustentável do Brasil, mas dados da ONG SOS Mata Atlântica mostram que somos o terceiro estado do país que mais desmatou Mata Atlântica nos primeiros seis meses este ano. Os ambientalistas pedem inclusive a criação de um novo batalhão de polícia ambiental aqui no estado. A fiscalização falhou, candidato, para que estejamos aí entre os três estados do país que mais desmatam Mata Atlântica? Ratinho Junior: Carol, ela não falhou porque se você pegar hoje a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Turismo nós temos 120 milhões em multas para aqueles que desmataram de forma irregular ou de forma irresponsável. Além disso, essa semana ganhamos, por dois anos consecutivos, agora é o segundo ano consecutivo, no ranking de competitividade entre todos os estados do Brasil, o estado que é o estado mais sustentável. O Paraná é o estado que mais preserva Mata Atlântica da América do Sul. A maior área de preservação da Mata Atlântica na América do Sul é no estado do Paraná, tudo aqui é América do Sul. Se você pegar um terreno do lado da sede da RPC, ali, se tiver árvore, é árvore da Mata Atlântica. Então quando você abre um lote, você faz um loteamento, você obviamente está tirando árvores da Mata Atlântica. O que nós estamos fazendo para repor isso? Além das multas, fiscalizações e fazendo o replantio. Nós já plantamos no estado do Paraná, em três anos e meio, 6,5 milhões de árvores nativas. Além disso colocamos o projeto que é o Rio Vivo, são 3,5 milhões de peixes nativos que nós jogamos novamente nos rios do Paraná. Além disso, as matas auxiliares, as microbacias, as bacias hidrográficas. Agora, contra a clandestinidade é repressão. É justamente muita multa. Se a pessoa não pagar multa e realmente tiver reincidência, é tomar terreno na forma judicial. É criando essas restrições. MDPR: Candidato, os dados oficiais mostram que foram, os dados da ONG, mostram que foram mais de 1.600 hectares desmatados nos primeiros seis meses deste ano. O senhor falou que tem replantando, mas os estudos também comprovam que quando a gente replanta, o ecossistema demora de 60 a 100 anos para recuperar. Quer dizer, é um século para recuperar o que foi perdido. É melhor prevenir? Ratinho Junior: É melhor prevenir. MDPR: O senhor se compromete a diminuir, a tirar o estado do topo dos três? Ratinho Junior: Me comprometo. Nós já tiramos Carol. Ninguém ganha um selo de sustentabilidade como nós ganhamos se não tivesse fazendo a sua parte. Nós estamos por dois anos consecutivos o estado mais sustentável do Brasil. E olha quem falou além desse ranking de competitividade. Se você pegar a OCDE, que é a união dos 20 países mais ricos do planeta, que têm as ODS, que são os objetivos de desenvolvimento sustentável para até 2030, colocou o Paraná e uma província do Japão como referência em sustentabilidade. Sustentabilidade não é só você punir ou você preservar a mata. Tem toda uma cadeia que você tem que cuidar, e é isso que nós estamos fazendo. Claro que a punição é o melhor remédio contra aqueles que fazem desmatamento irregular. MDPR: Candidato, a partir de agora, você tem um minuto para as considerações finais. Ratinho Junior: Quero agradecer aqui à RPC, à população que está em casa assistindo e dizer da minha alegria e do convite. Eu assumi o Paraná para governar o estado no momento mais duro da nossa história contemporânea, com pandemia, com crise hídrica, com guerra. Tudo isso mexe com a economia. Mesmo assim nós batemos recorde de geração de emprego. Fizemos o maior programa habitacional do Brasil, regularização fundiária, Cartão Comida Boa, programa Casa Fácil juntamente com as três merendas. Peguei a educação em sétimo lugar e hoje nós somos entre as três melhores do Brasil. Peço a você, que é paranaense, que ama esse estado, que unidos em paz não troque o atraso pelo avanço. Nós precisamos continuar em frente fazendo o Paraná o estado mais moderno e inovador do Brasil. Obrigado. Veja mais notícias em g1 Eleições 2022 no Paraná.